São Paulo, quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

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Aumento do crédito e da renda eleva as vendas de Natal

Vendas em shopping subiram de 10% a 12%, segundo entidade do setor, que deve faturar 13% a mais neste ano

Eletroeletrônicos, como TVs e laptops, e produtos de linha branca, como fogões e geladeiras, foram destaque, com crescimento de 20%

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A combinação de juros mais baixos, crédito abundante e com prazos maiores, renda em alta e importados mais baratos por causa do real valorizado fez deste Natal o melhor dos últimos dez anos, segundo números divulgados ontem pela Alshop (Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping) e ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
No caso dos shoppings, que devem fechar o ano com faturamento de R$ 68,4 bilhões, 13,4% a mais que em 2006, as vendas também foram estimuladas pela inauguração de 21 novos centros comerciais no país. A Alshop estimou que as vendas de Natal foram entre 10% e 12% maiores do que em 2006.
Já a ACSP divulgou que as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que é um indicador de vendas a prazo, e ao Usecheque, indicados das vendas à vista, cresceram, respectivamente, 7,7% e 8,1% entre o dia 1º e o 25 deste mês em comparação com dezembro do ano passado.
Ou seja, na média as consultas subiram 7,9%, o maior crescimento desde dezembro de 1997, quando a alta foi de 32%. "O desempenho dos primeiros anos do Plano Real nunca vai se repetir [em dezembro de 95, a alta foi de 23,9%; no mesmo mês de 94, de 14,9%]. Esses três anos de crescimento contínuo foram uma recuperação do terreno na "década perdida" dos anos 1980", afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP.
As compras de última hora para o Natal tiveram forte crescimento: a Serasa (Centralização de Serviços Bancários) informou ontem um aumento de 9,9% nas consultas à sua base de dados entre os dias 21 e 23 deste mês em relação ao período de 22 a 24 de dezembro do ano passado. Na cidade de São Paulo, segundo a empresa, a alta foi maior, de 12,8%.
O ano que vem deve continuar aquecido, segundo a ACSP: a entidade projeta uma alta de vendas entre 6% e 7% em relação a este ano.
"Há riscos para o comércio, como a crise externa e a inflação de alimentos, além de inadimplência, que parece controlada. Mas só vai se saber o que vai acontecer depois de março, abril do ano que vem", afirmou Alfieri.

Eletroeletrônicos
Os produtos que mais contribuíram para o aumento de vendas neste final de ano nos shoppings foram os eletroeletrônicos e eletrodomésticos, com alta de 20% na comparação com o Natal do ano passado, de acordo com a Alshop.
Os destaques foram as vendas de televisores de plasma e LCD, além de computadores pessoais e notebooks. Produtos de linha branca, como fogões, geladeiras, lavadoras de roupas e microondas também cresceram 20%, e celulares e câmeras digitais tiveram alta de vendas de 10% a 12%, segundo estimativa da entidade.
No caso de vestuário, o aumento foi de cerca de 18%. "As roupas sempre são destaque no Natal. Mas os laptops foram uma coqueluche, assim como as TVs de plasma, com prazo para pagamento muito elástico. Os celulares também continuaram com vendas muito boas: viraram moda para as classes mais abastadas e uma necessidade para as classes mais baixas", afirmou Sahyoun.
Produtos de alta tecnologia também fizeram sucesso com crianças, segundo a entidade -houve pedidos de aparelhos de MP3 e MP4, além de celulares estilizados.
De acordo com a Alshop, a rede de brinquedos Ri Happy informou um crescimento de vendas entre 6% e 8%, e a Bmart, uma alta de 15%.
"Cerca de 50% das vendas foram de brinquedos tecnológicos", disse Sahyoun.

Menos endividamento
Já a Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) disse que o nível de endividamento caiu em dezembro. Segundo uma pesquisa feita pela entidade, 48% dos consumidores entrevistados tinham algum tipo de dívida, e 36% estavam inadimplentes, ante os 60% e 40%, respectivamente, da pesquisa anterior.
"Isso se dá em grande parte pela entrada do 13º salário. O consumidor procura quitar suas dívidas para poder comprar no Natal", afirmou Fernanda Della Rosa, diretora da assessoria econômica da Fecomercio.


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