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Aumento do crédito e da renda eleva as vendas de Natal
Vendas em shopping subiram de 10% a 12%, segundo entidade do setor, que deve faturar 13% a mais neste ano
Eletroeletrônicos, como TVs e laptops, e produtos de linha branca, como fogões e geladeiras, foram destaque, com crescimento de 20%
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A combinação de juros mais
baixos, crédito abundante e
com prazos maiores, renda em
alta e importados mais baratos
por causa do real valorizado fez
deste Natal o melhor dos últimos dez anos, segundo números divulgados ontem pela Alshop (Associação Brasileira dos
Lojistas de Shopping) e ACSP
(Associação Comercial de São
Paulo).
No caso dos shoppings, que
devem fechar o ano com faturamento de R$ 68,4 bilhões,
13,4% a mais que em 2006, as
vendas também foram estimuladas pela inauguração de 21
novos centros comerciais no
país. A Alshop estimou que as
vendas de Natal foram entre
10% e 12% maiores do que em
2006.
Já a ACSP divulgou que as
consultas ao Serviço Central de
Proteção ao Crédito (SCPC),
que é um indicador de vendas a
prazo, e ao Usecheque, indicados das vendas à vista, cresceram, respectivamente, 7,7% e
8,1% entre o dia 1º e o 25 deste
mês em comparação com dezembro do ano passado.
Ou seja, na média as consultas subiram 7,9%, o maior crescimento desde dezembro de
1997, quando a alta foi de 32%.
"O desempenho dos primeiros
anos do Plano Real nunca vai se
repetir [em dezembro de 95, a
alta foi de 23,9%; no mesmo
mês de 94, de 14,9%]. Esses três
anos de crescimento contínuo
foram uma recuperação do terreno na "década perdida" dos
anos 1980", afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP.
As compras de última hora
para o Natal tiveram forte crescimento: a Serasa (Centralização de Serviços Bancários) informou ontem um aumento de
9,9% nas consultas à sua base
de dados entre os dias 21 e 23
deste mês em relação ao período de 22 a 24 de dezembro do
ano passado. Na cidade de São
Paulo, segundo a empresa, a alta foi maior, de 12,8%.
O ano que vem deve continuar aquecido, segundo a
ACSP: a entidade projeta uma
alta de vendas entre 6% e 7%
em relação a este ano.
"Há riscos para o comércio,
como a crise externa e a inflação de alimentos, além de inadimplência, que parece controlada. Mas só vai se saber o que
vai acontecer depois de março,
abril do ano que vem", afirmou
Alfieri.
Eletroeletrônicos
Os produtos que mais contribuíram para o aumento de vendas neste final de ano nos shoppings foram os eletroeletrônicos e eletrodomésticos, com alta de 20% na comparação com
o Natal do ano passado, de
acordo com a Alshop.
Os destaques foram as vendas de televisores de plasma e
LCD, além de computadores
pessoais e notebooks. Produtos
de linha branca, como fogões,
geladeiras, lavadoras de roupas
e microondas também cresceram 20%, e celulares e câmeras
digitais tiveram alta de vendas
de 10% a 12%, segundo estimativa da entidade.
No caso de vestuário, o aumento foi de cerca de 18%. "As
roupas sempre são destaque no
Natal. Mas os laptops foram
uma coqueluche, assim como
as TVs de plasma, com prazo
para pagamento muito elástico.
Os celulares também continuaram com vendas muito boas: viraram moda para as classes
mais abastadas e uma necessidade para as classes mais baixas", afirmou Sahyoun.
Produtos de alta tecnologia
também fizeram sucesso com
crianças, segundo a entidade
-houve pedidos de aparelhos
de MP3 e MP4, além de celulares estilizados.
De acordo com a Alshop, a rede de brinquedos Ri Happy informou um crescimento de
vendas entre 6% e 8%, e a
Bmart, uma alta de 15%.
"Cerca de 50% das vendas foram de brinquedos tecnológicos", disse Sahyoun.
Menos endividamento
Já a Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de
São Paulo) disse que o nível de
endividamento caiu em dezembro. Segundo uma pesquisa feita pela entidade, 48% dos consumidores entrevistados tinham algum tipo de dívida, e
36% estavam inadimplentes,
ante os 60% e 40%, respectivamente, da pesquisa anterior.
"Isso se dá em grande parte
pela entrada do 13º salário. O
consumidor procura quitar
suas dívidas para poder comprar no Natal", afirmou Fernanda Della Rosa, diretora da
assessoria econômica da Fecomercio.
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