São Paulo, quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

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SP vai vender Cesp com preço mínimo de R$ 5 bi

Governo anuncia que vai privatizar empresa de energia em três meses

Ações preferenciais avançam 15,21%; com o negócio, sobe para ao menos R$ 17 bi previsão de investimentos do Estado de SP para 2008

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) será privatizada dentro de três meses. Detentor de 94% das ações ordinárias da Cesp, o governo de São Paulo já anunciou ao mercado a decisão de vender o controle acionário da companhia. O lance mínimo exigido deverá ser de R$ 5 bilhões.
Antecipada pela Folha em março deste ano, a decisão de venda de ações da Cesp foi oficializada na sexta-feira, numa reunião do PED (Programa Estadual de Desestatização). Como a companhia é de capital aberto -com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo-, a decisão de venda foi anunciada ao mercado por intermédio da publicação de um "fato relevante".
A estruturação da venda deverá consumir, no máximo, três meses, uma vez que a privatização tem autorização da Assembléia Legislativa de São Paulo.
Com a venda do bloco de controle da Cesp, sobe para ao menos R$ 17 bilhões a previsão de investimentos (obras) do governo no ano eleitoral de 2008.
A estimativa de investimentos para o ano que vem era de R$ 12,1 bilhões na semana passada, quando o Orçamento foi aprovado, mas o governo não havia formalizado a decisão de venda.
Apesar da privatização, o governo manterá ações da companhia. Num primeiro momento, o governo avaliou a possibilidade apenas de vender as ações que excedem o controle acionário da companhia.
Prevaleceu a opinião do secretário de Fazenda, Mauro Ricardo da Costa, para quem não é tarefa do Estado o fornecimento de energia. Em reuniões, Mauro Ricardo também tem argumentado que a venda garantirá mais investimentos para o Estado, tanto do governo -com os recursos da privatização- como da compradora.
No início do ano, quando o governo começou a discutir a operação, o governador de São Paulo, José Serra, também tinha dúvidas sobre o momento exato da venda, temendo a desvalorização das ações da companhia, a exemplo do que aconteceu no ano passado com o banco Nossa Caixa.
A reação dos investidores à notícia foi imediata. Tanto que as ações da Cesp foram o grande destaque do pregão de ontem da Bovespa. Sendo a segunda mais negociada do pregão, atrás apenas de Petrobras, a ação preferencial "B" da Cesp teve valorização de 15,21%. Seu papel ordinário disparou 26,62%.


Colaborou FABRICIO VIEIRA , da Reportagem Local


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