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Infraestrutura vê novo ciclo de investimento
Indústria de base estima aumento da demanda com Minha Casa, Minha Vida, Copa do Mundo, Olimpíada e pré-sal
Setor espera que o BNDES,
recursos externos e o
mercado de capitais
financiem ampliação no
volume de investimentos
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano de 2010 irá marcar
uma nova arrancada dos investimentos em infraestrutura e
na indústria de base no Brasil, o
que indica um segundo ciclo de
aceleração nas duas frentes.
Levantamento da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base),
setor que reúne empresas de
diversos setores responsáveis
por 15% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, mostra que
a partir de janeiro existe grande
expectativa de que os investimentos sejam feitos com maior
agilidade.
A Abdib estima que a cadência anual dos investimentos no
país deixará o nível atual de R$
100 bilhões e rumará para um
montante de R$ 160 bilhões
por ano. Segundo o presidente
da entidade, Paulo Godoy, o
país começa 2010 reforçando
os investimentos para alcançar
um novo patamar de desenvolvimento em 2015.
As grandes carteiras de projetos para o país, como o Minha
Casa, Minha Vida, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o pré-sal, somadas à
infraestrutura necessária para
atender as demandas da Copa
do Mundo e dos Jogos Olímpicos, devem contribuir para impulsionar a taxa de investimento no país ao longo da primeira
metade da próxima década.
As projeções da Abdib consideram ainda as demandas dos
setores de petróleo e gás, transportes, energia elétrica, telecomunicações e saneamento.
Ciclos
De acordo com Godoy, o primeiro ciclo de investimentos
em infraestrutura e na indústria de base permitiu elevar o
patamar anual de R$ 50 bilhões
para R$ 70 bilhões e, depois,
atingir R$ 100 bilhões no ano
passado. A Abdib não fechou os
números de 2009, mas avalia
que o volume de investimentos
repetiu os R$ 106 bilhões aplicados no ano passado.
Pelas estimativas da Abdib,
os investimentos na produção
de óleo e gás na camada pré-sal
atingirão R$ 75,3 bilhões
anuais a partir de 2015.
A Petrobras também começou a rever seus planos de investimentos para o período de
2010 a 2014. Segundo o presidente da estatal, José Sergio
Gabrielli, os recursos serão
aplicados mais rapidamente.
Para o período de 2009 a
2013, a estatal tem projetos
que, se cumpridos, consumirão
US$ 174 bilhões. Gabrielli
adiantou que o novo plano de
investimentos será ainda
maior, mas o anúncio oficial só
será feito no início de 2010.
Nos demais setores, segundo
avaliação da Abdib, os investimentos serão os seguintes: R$
28,3 bilhões em energia elétrica; R$ 24,1 bilhões em transporte; R$ 19,7 bilhões em telecomunicações e R$ 13,3 bilhões
em saneamento.
Fonte de capital
Diferentemente de outros
períodos, há no mercado uma
certa tranquilidade em relação
às fontes de financiamento que
suportarão esse aumento de
volume. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) obteve do
governo um reforço de R$ 80
bilhões para oferecer de crédito
em 2010. Existe também a promessa de que os investimentos
estrangeiros cheguem ao país,
sem contar que o mercado de
capitais voltou a ser uma opção
interessante para a capitalização das empresas.
Exemplo disso foi a performance da BM&FBovespa durante este ano. A Bolsa de Valores, à reboque da recuperação
ligeira da economia brasileira,
aproxima-se dos 70 mil pontos
novamente. Para a Abdib, o
conjunto variado de instrumentos para financiamentos
torna possível essa aceleração
dos investimentos a partir do
ano que vem.
Para o governo, o ritmo dos
aportes no setor de infraestrutura poderá ser ainda maior do
que o indicado pela entidade.
Segundo o presidente do
BNDES, Luciano Coutinho, o
Brasil vai recuperar, talvez já
em 2010, uma taxa de investimento anual de 20% do PIB
(Produto Interno Bruto) e essa
é uma das principais metas da
PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo).
"Esses volumes de investimento dizem respeito apenas
ao sistema Abdib. Acho que os
investimentos poderão superar
esses R$ 160 bilhões", afirmou
Coutinho.
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