São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

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VAREJO

Redução foi de 3,64% em relação a dezembro/02, ante expectativa de alta por parte dos lojistas

Natal surpreende e decepciona o comércio

DO PAINEL S.A.

Apesar de todas as expectativas otimistas, o resultado das vendas no Natal foi uma decepção. O faturamento no comércio varejista em São Paulo sofreu uma queda de 3,64% em dezembro em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo pesquisa da Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). No ano, a queda foi de 3,8%.
Segundo Abram Szajman, presidente da Fecomercio SP, o resultado do Natal foi muito pior do que se esperava e mostra que a queda da Selic, os juros básicos da economia, ainda não refletiu nas vendas do comércio. Para Szajman, os juros finais praticados no mercado seguem muito elevados.
A previsão, no final do ano passado, era de um aumento nas vendas de 2,5%. A própria Fecomercio SP tinha constatado essa expectativa dos empresários em sondagem com 200 comerciantes no início de dezembro.
O resultado das vendas, no entanto, não confirmou o otimismo. A pesquisa da Fecomercio que registrou a queda de 3,64% das vendas no Natal foi feita com mais de mil comerciantes, em 38 municípios paulistas.

Ducha de água fria
Para Szajman, a queda do faturamento do comércio no Natal é mais um sinal de que o Banco Central não deveria ter interrompido o processo de queda das taxas de juros. O grande problema, a seu ver, foi o fato de o BC ter jogado uma ducha de água fria no otimismo do empresariado.
Segundo a pesquisa da Fecomercio, apenas os setores automobilístico e eletroeletrônico registraram aumento das vendas no Natal.
Para Szajman, esse resultado positivo se deve ao aumento do crédito nos dois setores, além da redução do IPI para os automóveis. "Com crédito e menos imposto para o comércio, as vendas crescem", diz Szajman.
A expectativa para 2004 ainda é de crescimento. Szajman diz, no entanto, que espera um aumento de no máximo 3% nas vendas, mas isso vai depender da queda-de-braço entre o comércio e a indústria no repasse de preços. Quanto maior for o repasse, menores serão as vendas.
(GUILHERME BARROS)


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