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CRISE NOS MERCADOS / REFLEXOS
Brasil é visto com otimismo por investidor
Empresários em Davos dizem que o país e outros emergentes podem ter um "descolamento relativo" da crise americana
Divisão entre desenvolvidos
e emergentes fica de novo
clara no Fórum Econômico;
previsões pessimistas se
restringem aos mais ricos
DA ENVIADA ESPECIAL A DAVOS
A divisão entre países desenvolvidos e emergentes ficou
mais uma vez clara no Fórum
Econômico Mundial 2008, encerrado ontem em Davos.
Prognósticos mais pessimistas e cautelosos sobre os impactos da desaceleração econômica vinham predominantemente do primeiro grupo, de participantes dos países ricos.
Investidores estrangeiros no
Brasil demonstraram-se ainda
otimistas com o país e apostavam num "decoupling" relativo, um certo descolamento da
crise norte-americana.
O presidente-executivo global da PricewaterhouseCoopers, Sam Di Piazza, chegou a
dizer à Folha, sobre a possibilidade de o Brasil conseguir a tão
esperada melhora de classificação de risco ainda neste ano:
"Nós estamos olhando muito
de perto o recente boom do investimento estrangeiro direto
no Brasil, um movimento que
pode se tornar logo mais revigorado pela melhora de rating
para "investment grade" [grau
de investimento, com baixo risco] que a maioria dos economistas espera para este ano".
Paulo Azevedo, presidente
do grupo português Sonae, presente em 40 países, se disse
"muito otimista com Brasil".
"Estamos estudando novos
investimentos, além do que já
foi recentemente anunciado",
disse à Folha, no Fórum.
Stephen Schwarzman, presidente-executivo do grupo
Blackstone, uma das gigantes
do setor de administração de
recursos, disse à Folha que
mercados emergentes estão
mais bem preparados para lidar com a desaceleração americana. O grupo anunciou, na semana passada, investimento de
US$ 500 milhões no país.
Carlos Ghosn, presidente da
Renault e da Nissan, por sua
vez, engrossou o coro dos "relativamente otimistas com Brasil". O presidente-executivo da
Brasil Telecom, Ricardo
Knoelfelmacher, também disse
que só encontrou empresários
estrangeiros com boa avaliação
do país.
(MARIA CRISTINA FRIAS)
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