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Banco prevê queda no PIB de até 6%
MARCELO DIEGO
de Nova York
A agência de análises Standard &
Poor's projetou ontem, em Nova
York, que haverá retração no PIB
(Produto Interno Bruto) e inflação
passando a casa dos dois dígitos ao
final deste ano no Brasil.
Também ontem, o banco Salomon Smith Barney divulgou relatório prevendo o mesmo cenário
para o país ao final de 1999. O banco prevê até 6% de queda do PIB.
Segundo a Standard & Poor's, a
retração do PIB (total de riquezas
produzidas pelo país) deve variar
entre 3% e 5%.
A projeção do governo, inclusive
firmada no acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional),
é de retração de apenas 1%.
Os analistas da agência acreditam que o PIB vai continuar se retraindo por causa da extrema volatilidade que atinge a economia
brasileira, desde que o governo resolveu liberar o câmbio, na metade
deste mês.
Embora não tenha feito nenhuma projeção concreta, a S&P diz
que os preços no Brasil vão sofrer
reajustes e pressionar a volta da inflação, cujo índice anual vai superar 10%.
"É muito fácil identificar os alvos
inflacionários causados pela mudança do câmbio", disse Lacey Gallagher, chefe do escritório de
América Latina da Standard &
Poor's.
As projeções da S&P foram feitas
numa conferência interna da empresa, ontem.
Os economistas da agência disseram não acreditar que o governo
brasileiro vá decretar moratória de
suas dívidas ou que tenha a necessidade de reestruturar seu déficit
doméstico.
"Qualquer revisão do déficit seria desastrosa e poderia atingir todo o sistema bancário", disse Gallagher.
O país tem cerca de US$ 32 bilhões em reservas cambiais, que,
segundo a S&P, podem não ser suficientes para honrar todos os
compromissos assumidos com
credores -externos e internos.
O banco Salomon Smith Barney
divulgou um relatório mais pessimista, projetando uma queda no
PIB de 6%.
Para o banco, a inflação no país
deve atingir 35% neste ano. No ano
passado, o Brasil teve deflação de
1,8%.
O relatório diz que o banco está
"pessimista" a respeito do Brasil. O
vilão apontado é mais uma vez a
flutuação cambial. Para o banco, as
dificuldades cambiais devem agravar os problemas fiscais do Brasil.
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