DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília

VINICIUS DORIA
do FolhaNews em Brasília

A Fiat decidiu transferir parte de sua linha de montagem de Córdoba, na Argentina, para a fábrica brasileira de Betim, em Minas Gerais. A Folha apurou que a mudança será concluída dentro de 30 dias e que vai gerar cerca de 500 novos empregos.
A decisão provocou discussões nos últimos dias em Brasília entre autoridades dos dois países. O governo da Argentina teme que a desvalorização do real inviabilize as exportações de seus setores produtivos para o mercado brasileiro e os leve a transferir definitivamente seus investimentos para o Brasil.
A assessoria de imprensa da Fiat, em Betim, confirmou à Folha que, "em breve", a empresa vai começar a produzir todas as versões do modelo Siena, que atualmente é fabricado pela Fiat Auto, de Córdoba. Entretanto, não apresentou suas expectativas de geração de empregos.
O gerente de Relações Institucionais da Fiat Argentina, Javier Bernengo, afirmou que apenas a produção do Siena Mille, a versão popular de 1.000 cilindradas, será transferida para o Brasil. Essa linha responde pela montagem de 120 unidades por mês, todas destinadas ao mercado brasileiro.
Segundo Bernengo, essa decisão foi motivada pela previsão de queda mais acentuada nos embarques de automóveis argentinos para o Brasil depois das mudanças na política cambial.
Ele acrescentou que as linhas de montagem das demais versões do Siena e de outros modelos não deverão ser transferidas para o Brasil porque a maior parte da produção atende ao mercado interno.
A Fiat Auto fabrica ainda o Pálio, o Uno e o Duna. Incluindo a montagem de caminhões, a empresa produziu 445 mil unidades em 98 e deverá repetir a produção em 99.
A Fiat Auto, que é subsidiária da Fiat Argentina, destina cerca de 32% de sua produção para o Brasil.


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