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MERCADO ABERTO
Flavio Florido/Folha Imagem
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Figueiredo abrirá sua nova gestora já com cerca de cem clientes e R$ 120 mi para administrar |
Empresários querem mudanças
A política econômica no Brasil
está errada e precisa de mudanças urgentes. Caso contrário, o
país poderá ser surpreendido por
uma nova crise. O crescimento
sustentável ainda está distante.
Esse foi o tom de uma reunião
fechada de empresários e economistas realizada no Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) na semana
passada.
O objetivo do encontro foi traçar uma rota de atuação para o
Iedi em 2005. Para isso, foram
convidados os economistas Delfim Netto, Paulo Rabello de Castro e Yoshiaki Nakano. O quadro
traçado foi desanimador.
Do lado dos empresários, estavam pesos-pesados como Ivoncy
Ioschpe (grupo Ioschpe), Eugênio Staub (Gradiente), Josué Gomes da Silva (Coteminas), Benjamim Steinbruch (CSN), Rinaldo
Campos Soares (Usiminas), Roberto Vidigal (Confab), Décio da
Silva (Weg) e Alexandre Grendene (Grendene).
Segundo a análise dos presentes, o grande problema é que a
crise não bate à porta. Hoje, a
economia pode estar bem, mas,
de uma hora para outra, pode ser
sacudida por um maremoto. O
efeito é de um tsunami.
Diante desse quadro, o empresário não se sente confiante o suficiente para realizar novos investimentos. Ou o governo muda
a economia ou convence os empresários de que está certo. Enquanto isso, o consenso é o de
que ainda tem muito chão pela
frente para o país crescer ao ritmo de 5% ao ano.
As queixas principais dos industriais e economistas foram
em relação aos altos juros e ao
dólar baixo. Há um consenso na
indústria de que, enquanto essa
equação não mudar, o empresário não fará investimentos relevantes. Os economistas apenas
confirmaram, por meio de justificativas técnicas, o que os empresários já sabiam. Há uma convicção no meio industrial de que
a atual política não vai dar certo.
A platéia também não poupou
críticas ao aumento dos gastos
do setor público. A avaliação geral foi que daria para realizar um
corte de até 2% do PIB com um
choque de competência no governo. Os cortes foram em investimentos, o que só aumenta a
desconfiança dos empresários.
CARREIRA SOLO
Após a separação -amigável- com Armínio Fraga na
Gávea Investimentos, o ex-BC
Luiz Fernando Figueiredo abre
oficialmente amanhã sua nova
gestora de recursos, a Mauá Investimentos. A escolha do nome
foi uma homenagem ao Barão
de Mauá.
SINUCA DE BICO
Vem aí uma nova onda de aumentos de energia elétrica, cinco anos após a privatização. A
Celpe, de Pernambuco, espera
da Aneel aumento de 32% em
março. A Coelce, do Ceará, terá
30% em abril. O governo não
pode romper contratos, mas
não quer jogar lenha na inflação. Palocci entrou no circuito.
A Petrobras também.
CARTÃO E BATOM
O número de mulheres titulares de cartão de crédito é proporcionalmente maior que o de
homens na população economicamente ativa. Foi o que
constatou pesquisa da Credicard sobre cartão de crédito e
mulher, que será divulgada hoje. Entre as mulheres, 33% têm
cartão; entre os homens, 28%.
PUPILO
Na esteira de Paulo Leme, diretor do Goldman Sachs, o brasileiro Eduardo Centola assume
a área internacional de cobertura de fundos financeiros do banco em Nova York.
ANÁLISE
Reformas ajudam expansão
O crescimento da economia
tem sido auxiliado pela agenda
de reformas microeconômicas
de 2003. A opinião é de Marcos
Lisboa, secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda. Da agenda prevista, 50%
das medidas já foram aprovadas, 25% estão no Congresso e
25% serão encaminhadas nos
próximos meses, afirma.
No ano passado, Lisboa diz
que havia ceticismo tanto sobre
a capacidade de avanço da agenda quanto sobre o seu impacto
na expansão do crédito e do
crescimento econômico. Hoje,
segundo ele, a situação mudou e
já surtem efeito o empréstimo
em consignação, os novos instrumentos de poupança de longo prazo, as medidas de incentivo à construção civil e ao mercado de capitais e a redução da tributação de bens de capital.
Na pauta a ser enviada ao Congresso, ele cita a abertura do
mercado de resseguro, a reforma da defesa da concorrência e
o cadastro positivo de crédito.
Além disso, a Fazenda tem incentivado o debate sobre a autonomia do BC. Lisboa diz que há
muita confusão entre autonomia e independência. No primeiro modelo, quem fixa as metas do BC é o governo. Já no de
independência, elas são fixadas
pela autoridade monetária. A
Fazenda quer a autonomia do
BC, como ocorre na maioria dos
países em desenvolvimento.
O CHEF SOBE A SERRA
Após fechar o restaurante que
levava o seu nome, em dezembro,
nos Jardins, o chef Laurent Suaudeau prepara "o projeto de sua vida", como ele define o complexo
hoteleiro e gastronômico que será
erguido em Campos do Jordão,
previsto para ficar pronto em
meados de 2006. O empreendimento nasceu de um convite do
empresário Ricardo Semler e fará
o chef deixar São Paulo. "Estudo o
projeto há dois anos, já pensava
em deixar os grandes centros."
O complexo prevê, além de um
restaurante sob o comando de
Laurent, um hotel com 25 apartamentos e uma escola de culinária
direcionada para jovens. Ele afirma que a intenção é também beneficiar as comunidades locais.
Filho de metalúrgico, Laurent se
diz decepcionado com o governo
Lula. "Esperava atenção maior
dele à educação básica, mas não
vejo muita diferença entre 1980,
quando cheguei ao país, e hoje."
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