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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
"O mercado estava um pouco displicente", diz Armínio
A queda em efeito dominó
ocorrida ontem nas Bolsas
mundiais, que teve origem na
China, já era de uma certa forma esperada pelos grandes financistas. O mercado subiu
muito nos últimos meses e o
clima era de uma tranqüilidade
exagerada. Em algum momento, era previsível alguma correção de rumo. A dúvida é se essa
correção será passageira ou duradoura.
Desde a crise dos atentados
terroristas de setembro de
2001 nos Estados Unidos, o
mercado não vivia um dia de estresse tão intenso como o de
ontem. As baixas nas Bolsas
mundiais atingiram índices
preocupantes.
O economista Armínio Fraga
estava à frente do Banco Central quando ocorreu a última
grande crise internacional, em
setembro de 2001. Na época, o
BC foi obrigado a subir os juros
para evitar uma fuga de dólares
do país. "Nós tiramos o pé do
acelerador", afirmou.
Sobre o estresse de ontem,
Armínio disse que é muito difícil fazer qualquer previsão em
relação à extensão e ao efeito
dessa crise. "Não acho que vá
ser o fim do mundo, mas não
arrisco fazer uma previsão para
o curto prazo."
Armínio acha que não há nenhuma razão, no entanto, para
prever que a crise de ontem no
mercado de ações se transforme num grande problema no
Brasil, como no passado. "O
país está com a inflação baixa,
tem apresentado superávits
primário e em conta corrente e
possui um sistema financeiro
saudável", afirma.
O mais provável, segundo o
ex-BC, é que a crise seja de curto prazo e se restrinja às Bolsas.
Até porque, de setembro até
agora, a Bolsa da China simplesmente mais do que dobrou,
e a queda dos últimos dias foi de
apenas 12%.
O estresse de ontem deixou
claro, no entanto, de acordo
com Armínio, que o mercado
estava um pouco displicente.
Havia um baixo índice de volatilidade, e os "spreads" de operações de risco também eram
muito pequenos, uma calmaria
excessiva. "Não era razoável
que não acontecesse nada na linha do que ocorreu ontem", diz
Armínio.
Serra negocia verba para fim de obra de ponte
José Serra e Dilma Pena,
secretária de Energia de SP,
encontram-se hoje com
Paulo Sérgio Passos (Transportes) para tentar obter
verbas para concluir a ponte
sobre o rio Paraná que liga
SP a MS. O projeto é voltado
para o escoamento de álcool
e de grãos. O objetivo é conseguir liberar R$ 24,7 milhões, previstos no PAC, para finalizar a ponte em abril
de 2008. A ponte, de quase 2
km, tem 85% das obras concluídas. Os repasses federais
foram suspensos em 2005.
ALIANÇA CAPITAL
A Capital Partners Consulting assina hoje uma aliança estratégica com a Ogilvy Public Relations. O objetivo é desenvolver consultorias em parceria para relacionamento com
investidores no Brasil. "Vamos atender empresas em processo de abertura de capital e já com capital aberto", diz o sócio
Paulo Esteves. Segundo ele, o momento é oportuno, já que o
mercado de relação com investidores está num momento
efervescente. Por conta da aliança para o lançamento da
agência, desembarcam no país o presidente da Ogilvy PR
Worldwide, Paul Hicks, e o COO, William Chess. Sobre o estresse de ontem no mercado, Esteves fez o seguinte comentário: "Basta a China tossir para o mundo pegar gripe".
ESTRÉIA
Paulo Nogueira Batista Jr.
estréia hoje na função de diretor-executivo do Brasil e
de mais oito países no FMI
(Fundo Monetário Internacional). Com Guido Mantega (Fazenda), receberá o
chefe da missão do FMI do
Brasil, José Faigenbaum,
que vai a Brasília para avaliação anual da economia.
DIAS CONTADOS
Não foi bem recebida por
Guido Mantega a entrevista
de Marcelo Saintive, da
Seae, chamando de protecionistas algumas medidas
antidumping do país. Saintive subiu no telhado.
CHOCOLATE
Depois de uma concorrência iniciada em janeiro,
que envolveu seis grandes
agências, a W/Brasil conquistou ontem a conta da
Nestlé. Washington Olivettto, da W/Brasil, já trabalhava para a Chocolates Garoto,
que hoje pertence à Nestlé.
NA GARRAFA
O grupo italiano Mossi &
Ghisolfi inaugura hoje uma
nova fábrica de garrafas PET
em Ipojuca, Pernambuco. A
White Martins será a fornecedora de gases industriais
na forma líquida e gasosa, e
vai operar uma planta dentro da unidade industrial.
HOLLYWOODIANA
A GM do Brasil estréia,
domingo, sua primeira grande campanha de varejo para
a linha Chevrolet em 2007.
Com direção de Breno Silveira, de "Dois Filhos de
Francisco", e criação da Salles Chemistri, a campanha
apresentará a linha de carros da montadora com cenas
de ação, alta velocidade e
performance cinematográfica. O título da campanha é
"Chevrolet no Cinema".
DEVO, NÃO NEGO
As próximas medidas do
PAC atingirão os devedores.
Hoje, 90% das dívidas cobradas judicialmente não se
executam porque não se encontra o inadimplente. Com
a mudança, os juizes poderão fazer penhora on-line,
impedindo que os bens do
devedor desapareçam durante o processo. O tema será tratado no "Congresso Internacional de Direito Tributário", em maio, no Rio.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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