São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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Setor público tem superávit nominal de R$ 5,5 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Graças ao aperto fiscal recorde feito no mês passado, o setor público obteve um superávit nominal de R$ 5,531 bilhões, o primeiro resultado positivo alcançado num mês de janeiro desde 1991, quando começa a série de dados mantida pelo Banco Central.
O resultado nominal do setor público é o nome dado à diferença entre todas as receitas e despesas do governo em determinado período. A diferença entre os resultados nominal e primário é que, no segundo caso, os gastos com juros são desconsiderados.
O superávit nominal de janeiro foi alcançado porque o superávit primário de R$ 18,662 bilhões acumulado foi suficiente para cobrir todos os R$ 13,131 bilhões em juros que incidiram sobre a dívida no período e ainda sobraram R$ 5,531 bilhões.
Essa situação, porém, não deve se manter ao longo do ano, porque a expectativa é que os próximos resultados primários não sejam tão elevados quanto o do mês passado. A estimativa do BC é que, em 2008, o setor público tenha um déficit nominal equivalente a 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Em 2007, o saldo negativo representou 2,3% do PIB.

Juros
Tradicionalmente o Brasil tem déficit nominal por causa dos altos gastos com juros. No ano passado, essa despesa somou R$ 159,5 bilhões -ou 6,25% do PIB.
A expectativa do BC é que isso comece a mudar neste ano, já que a queda da taxa básica de juros, a Selic, ocorrida nos últimos anos ajuda a reduzir o custo da dívida pública. Isso acontece porque a taxa é um dos principais parâmetros usados no mercado para fixar os juros pagos pelos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
A Selic chegou a 26,5% ao ano no início de 2003 e hoje está em 11,25%. Segundo o BC, essa redução deve abrir espaço para que os gastos com juros da dívida ao longo de 2008 somem um valor equivalente a cerca de 5% do PIB.


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