TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) deve trazer ao Brasil, a partir de setembro, a negociação de commodities e de produtos financeiros do CME Group (Bolsas de Chicago), como o índice futuro Standard & Poor's 500, um dos contratos mais negociados no mundo, que permite operações de proteção contra oscilações na Bolsa de Nova York.
As operações poderão ser feitas do Brasil, em reais, a partir da integração das plataformas de negociação da BM&F com o sistema Globex, do CME. A parceria, que envolve troca de ações, foi aprovada nesta semana. A CME ficou com 10% da BM&F. Já a Bolsa brasileira teve 2,18% do grupo americano.
Pelo acordo, o banco da BM&F funcionará como agente intermediador do participante brasileiro no mercado americano, com os serviços de corretagem, compensação de valores, câmbio de moedas, expatriação e internalização de dívidas. Para fazer esse tipo de negócio, o participante brasileiro tem, necessariamente, de ter conta em uma corretora no exterior, e a operação envolveria remessa de recursos.
Com a facilidade, a BM&F espera diminuir os custos para o investidor brasileiro nesse tipo de operação. O acordo prevê ainda que a CME leve para seus clientes a negociação de contratos brasileiros, como soja, café, álcool e juros DI. Hoje, a BM&F está presente em cerca de 600 pontos de negociação no Brasil. No Globex, os produtos chegarão a 80 mil pontos.

Fusão com a Bovespa
Segundo Edemir Pinto, diretor-geral da BM&F, o entendimento assinado com a Bovespa, acerca de uma possível fusão, não terá prejuízo em relação à negociação já fechada com o CME Group. Pinto afirmou que, se a fusão Bovespa/BM&F vingar, vai avaliar a melhor forma de aproveitar as sinergias com a CME. Ou seja, produtos da Bovespa também poderão ser negociados na rede Globex.
O diretor-geral do CME Group, Craig Donohue, afirmou que vê com bons olhos a integração com a Bovespa. "Nós apoiamos a estratégia da BM&F. Estamos animados com a possibilidade de expandir nossos negócios no Brasil."


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