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Empréstimo com reservas não tem procura
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Anunciado há pouco mais
de três semanas, o programa
de empréstimos de dólares
das reservas internacionais
do Brasil a empresas que tenham dívidas a pagar no exterior ainda não saiu do papel. Ontem, quando o Banco
Central iria liberar a primeira parcela de recursos, nenhum desembolso foi feito.
Inicialmente, o BC estimava que a procura por essas linhas de crédito pudesse chegar a US$ 36 bilhões. Até agora, porém, não foram fechados acordos entre empresas
e bancos para que esses dólares pudessem ser liberados.
Segundo as regras divulgadas no começo do mês, as
companhias que tivessem interesse em usar os dólares
das reservas para pagar dívidas contraídas no mercado
internacional deveriam primeiro procurar uma instituição financeira, que intermediaria a operação com o BC.
A ideia é que o BC empreste os dólares aos bancos, que,
por sua vez, os empreste às
empresas. No caso de inadimplência, a responsabilidade de devolver os recursos
para o BC é exclusivamente
das instituições financeiras,
que, por isso, exigem que as
empresas ofereçam garantias para ter acesso à linha de
crédito. Os bancos também
são livres para definir as taxas de juros que cobrarão
nos financiamentos.
Ontem, a assessoria de imprensa do BC informou que,
mesmo que nenhuma operação tenha sido fechada até
agora, a demanda por esse tipo de empréstimo "é positiva". A demora, ainda segundo o BC, é reflexo da "complexidade da operação".
O BC informou que, até
agora, sete bancos já procuraram informações preliminares sobre o funcionamento dessa linha de crédito. Não
há prazo para que os bancos
formalizem esse pedido no
BC, mas os dólares só são liberados duas vezes por mês,
em datas preestabelecidas. A
próxima será em 13 de março
e atenderá todos os pedidos
encaminhados até então.
AEB
O vice-presidente da AEB
(Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, admitiu surpresa e classificou como "estranha" a ausência de interesse
da parte de exportadores em
tomar os recursos das reservas ofertados pelo Banco
Central. "Sinceramente não
sei a razão desse desinteresse. Talvez as empresas tivessem capitalizadas e decidiram liquidar a dívida ao invés
de rolar", disse. Segundo ele,
os exportadores não levaram
à AEB nenhuma queixa sobre eventuais exigências que
impediam o acesso aos recursos. "Ninguém procurou
a associação com qualquer
tipo de problema", afirmou.
Colaborou a Reportagem Local
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