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Confiança do consumidor cai ao pior nível desde 2005
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A perspectiva de desaceleração na economia levou a confiança do consumidor ao menor patamar desde 2005, de
acordo com sondagem da FGV
(Fundação Getulio Vargas). Em
fevereiro, o índice recuou 1,4%
na comparação com janeiro.
Em relação a fevereiro do ano
passado, a queda foi de 17,5%.
Desde setembro do ano passado, quando o país começou a
sentir os efeitos da crise, a confiança do consumidor acumula
queda de 13,4%. Segundo Aloisio Campelo, coordenador da
pesquisa, o resultado de fevereiro reflete uma piora geral do
ambiente econômico.
"Há incerteza em relação ao
mercado de trabalho e à inflação. O ambiente econômico é
de desaceleração. O consumidor está cauteloso, não sente
vontade de gastar", disse.
A disposição para a compra
de bens duráveis caiu para 66,6
pontos, o nível mais baixo desde o início da pesquisa, em setembro de 2005. A aquisição de
bens como automóveis e eletrodomésticos normalmente
envolve a concessão de financiamento para pagamento a
prazo. Apenas 6,8% dos entrevistados pretendem gastar
mais em um horizonte de seis
meses.
O resultado é uma má notícia
para a indústria, que conta com
o aumento da demanda para
retomar o ritmo de produção.
Mais pessimistas
Os consumidores de São
Paulo e do Rio de Janeiro estão
entre os mais pessimistas. Em
fevereiro, a queda foi de 1,1%
entre os paulistas e de 0,9% entre os cariocas. Desde setembro, a confiança do consumidor
caiu 14,5% em São Paulo e
17,5% no Rio. A pesquisa é realizada em mais de 2.000 domicílios em sete capitais.
De acordo com Campelo, a
queda na confiança foi generalizada e atingiu todas as faixas
de renda. Consumidores com
renda familiar mensal de até R$
2.100 tiveram queda de 2,5% na
confiança em fevereiro. Desde
setembro, elas acumulam uma
taxa negativa de 16,5%. O mesmo efeito é percebido nas famílias mais ricas, com renda familiar mensal acima de R$ 9.600.
Em fevereiro, a queda na confiança foi de 2,8% e desde setembro o recuo chega a 19,7%.
Em fevereiro, o humor do
consumidor foi afetado também pelo pagamento de tarifas,
matrículas escolares e IPVA. A
avaliação da situação atual caiu
0,8% e atingiu o segundo patamar mais baixo da série. Para
Campelo, a melhora da confiança do consumidor depende
agora de um sinal de recuperação da economia.
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