São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2009

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Confiança do consumidor cai ao pior nível desde 2005

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A perspectiva de desaceleração na economia levou a confiança do consumidor ao menor patamar desde 2005, de acordo com sondagem da FGV (Fundação Getulio Vargas). Em fevereiro, o índice recuou 1,4% na comparação com janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, a queda foi de 17,5%.
Desde setembro do ano passado, quando o país começou a sentir os efeitos da crise, a confiança do consumidor acumula queda de 13,4%. Segundo Aloisio Campelo, coordenador da pesquisa, o resultado de fevereiro reflete uma piora geral do ambiente econômico.
"Há incerteza em relação ao mercado de trabalho e à inflação. O ambiente econômico é de desaceleração. O consumidor está cauteloso, não sente vontade de gastar", disse.
A disposição para a compra de bens duráveis caiu para 66,6 pontos, o nível mais baixo desde o início da pesquisa, em setembro de 2005. A aquisição de bens como automóveis e eletrodomésticos normalmente envolve a concessão de financiamento para pagamento a prazo. Apenas 6,8% dos entrevistados pretendem gastar mais em um horizonte de seis meses.
O resultado é uma má notícia para a indústria, que conta com o aumento da demanda para retomar o ritmo de produção.

Mais pessimistas
Os consumidores de São Paulo e do Rio de Janeiro estão entre os mais pessimistas. Em fevereiro, a queda foi de 1,1% entre os paulistas e de 0,9% entre os cariocas. Desde setembro, a confiança do consumidor caiu 14,5% em São Paulo e 17,5% no Rio. A pesquisa é realizada em mais de 2.000 domicílios em sete capitais.
De acordo com Campelo, a queda na confiança foi generalizada e atingiu todas as faixas de renda. Consumidores com renda familiar mensal de até R$ 2.100 tiveram queda de 2,5% na confiança em fevereiro. Desde setembro, elas acumulam uma taxa negativa de 16,5%. O mesmo efeito é percebido nas famílias mais ricas, com renda familiar mensal acima de R$ 9.600. Em fevereiro, a queda na confiança foi de 2,8% e desde setembro o recuo chega a 19,7%.
Em fevereiro, o humor do consumidor foi afetado também pelo pagamento de tarifas, matrículas escolares e IPVA. A avaliação da situação atual caiu 0,8% e atingiu o segundo patamar mais baixo da série. Para Campelo, a melhora da confiança do consumidor depende agora de um sinal de recuperação da economia.


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