SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Graças a um crédito fiscal no valor de R$ 160 milhões obtido no Nordeste, a TIM conseguiu concluir 2008 com lucro de R$ 180,7 milhões, 164% superior aos R$ 68,3 milhões de 2007. Mas a companhia fechou o ano com uma base de clientes pós-pagos 3% menor, enquanto a base pré-paga - que proporciona menor receita às operadoras- aumentou 22% no período. A empresa não deu detalhes sobre a origem do crédito.
O resultado fiscal ajudou a TIM a reduzir o impacto dos maus resultados atingidos no início do ano. A empresa passou boa parte de 2008 tentando recuperar a rentabilidade perdida quando decidiu disputar mercado em segmentos de menor renda. Uma das promoções oferecia tarifa de R$ 0,07 o minuto, que se mostrou um sucesso entre os clientes.
À estratégia, porém, seguiu-se à queda na rentabilidade da empresa, levando a um prejuízo de R$ 108 milhões nos três primeiros meses do ano passado, o pior resultado até então para um início de ano.
Com isso, no fim do primeiro trimestre a empresa reduziu a expectativa de crescimento de 12% para 7% em 2008. A receita de 2008 acabou crescendo só 5,5%, para R$ 13,1 bilhões.
Se não cresceu como esperava, ao menos voltou a recuperar rentabilidade. A margem Ebitda, indicador de eficiência operacional e lucratividade, atingiu 22% no ano e 26% no quarto trimestre, o que indica tendência de alta. "Ainda está longe do que era e do que obteve a Vivo, que foi de 32% no trimestre", diz Beatriz Batelli, analista de telecomunicações da Brascan Corretora.
A melhora de rentabilidade, segundo a empresa, deveu-se à opção por uma estratégia comercial menos agressiva no fim do ano na disputa por clientes. No quarto trimestre, a base cresceu em 1,2 milhão de clientes, contra 2,1 milhões no quarto trimestre de 2007.
No total, a TIM expandiu sua base de clientes em 16,5% no ano, para 36,4 milhões de clientes. A base de pós-pagos, porém, caiu de 21,7% do total de linhas para 18%, o que mostra a forte adesão de pré-pagos.
Na conferência com analistas de mercado, a TIM revelou que está desenvolvendo um plano estratégico para voltar a crescer entre os clientes de maior renda. Uma das apostas é o plano de internet banda larga móvel pré-pago, que será lançado na segunda em todo o país. O acesso custa R$ 5 por dia, fora o custo do modem, de R$ 300.
Outra estratégia são os fortes subsídios a produtos de mais alto valor. A empresa subsidia a venda de iPhones 3G para quem estiver disposto a pagar pelo menos R$ 93 ao mês.


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