São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2007

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

GREGOS E TROIANOS
Agronegócio ou agricultura familiar? Quem espera uma definição do novo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para onde vai caminhar a agricultura, teve ontem um sinal: "Devo entender a importância do agronegócio e da pequena propriedade familiar como bases de desenvolvimento", disse o ministro.

MESMA LINGUAGEM
Stephanes está falando a mesma linguagem dos agricultores quando se trata de juros para o setor agrícola. Disse que os 8,75% atuais são da época em que a taxa Selic estava em mais de 20% ao ano, mesma tese defendida por Carlo Sperotto, da Farsul. Para Sperotto, a taxa já deveria estar abaixo de 5%, se considerada a Selic atual de 12,75% ao ano.

AINDA NÃO CHEGOU
A forte alta de preços do trigo na Argentina ainda não atingiu o mercado brasileiro, apesar de o país ser o principal importador do produto argentino. Élcio Bento, da Safras & Mercado, dá duas razões.

MOEDA E FARINHA
Bento atribui essa defasagem à valorização da moeda brasileira e ao bom volume de farinha de trigo armazenado nos moinhos do Brasil, que aproveitaram os preços baixos da farinha argentina (de R$ 650 a R$ 700 por tonelada) para fazer estoques.

ESTOQUES PERIGOSOS
As seguidas quedas da produção mundial de trigo, que ficou em 593 milhões de toneladas no ano passado, reduziram os estoques mundiais para patamares perigosos. A safra deste ano deve ser iniciada com os menores estoques desde 1982.

TAMBÉM OS MENORES
O milho também inicia a safra com estoques baixos. Fernando Muraro, da AgRural, diz que o Usda (departamento agrícola americano) deve divulgar em maio que os Estados Unidos vão começar a safra com previsão de estoques finais de apenas 18 milhões de toneladas. Esse é o menor volume da história para um início de safra.

BIOCOMBUSTÍVEIS
A caminho dos 100 milhões de toneladas de grãos, a Argentina quer entrar firme na produção de biocombustível. Para Raul Padilla, da Ciara (a Abiove argentina), o país tem eficiente cadeia produtiva e capacidade de incorporar rapidamente as inovações tecnológicas.

SEM REAÇÃO
O preço das carnes permaneceu em queda ontem no interior de São Paulo. A arroba do suíno chegou a ser comercializada a R$ 30,50, e o quilo de frango foi cotado a R$ 1,25 nas granjas. Em 30 dias, o preço da carne suína caiu 11,3%, enquanto o da de frango baixou 32,4%.


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