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Investimento direto
frustra as projeções
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fluxo de investimento estrangeiro direto para o Brasil ficou
abaixo do esperado pelo governo
no mês passado, aumentando a
possibilidade de que as projeções
para o ingresso de capital externo
neste ano não se concretizem.
Em março, o país recebeu US$
703 milhões em investimentos,
abaixo dos US$ 900 milhões esperados inicialmente.
Neste mês, os valores continuam baixos. Dados parciais fechados pelo Banco Central ontem
indicavam o ingresso de US$ 350
milhões em investimentos estrangeiros diretos no país. Ainda segundo o BC, esse valor deve subir
para US$ 500 milhões até o próximo dia 30.
Confirmada essa projeção, o
Brasil terá recebido US$ 3,2 bilhões em capital externo nos primeiros quatro meses do ano.
Mantido esse ritmo, o ingresso de
investimentos estrangeiros ficaria
em aproximadamente US$ 9,6 bilhões ao longo de 2004 -abaixo,
portanto, dos US$ 13 bilhões esperados pelo BC.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz
que, mesmo com os números
ruins obtidos até agora, os investimentos devem se intensificar nos
próximos meses. "Essa retração
reflete a piora do mercado, que foi
afetado pelos atentados de Madri
[ocorridos em 11 de março]. A
partir de maio deve haver uma recuperação", afirma.
De acordo com Lopes, essa turbulência observada no mercado
financeiro internacional também
fez com que o país recebesse menos empréstimos no exterior. No
mês passado, o setor privado conseguiu renovar apenas 46% das
parcelas da dívida externa que
venceram no período. Neste mês,
essa proporção está em 51%.
Ele afirma, porém, que esse movimento ainda não preocupa, pois
os empréstimos contraídos pelo
setor privado no início do ano foram suficientes para cobrir as necessidades de financiamento deste mês e de março.
"Muitas empresas anteciparam
as captações em janeiro e fevereiro, aproveitando as condições de
mercado mais favoráveis", afirmou Lopes.
Entre janeiro e março, as empresas conseguiram renovar
124% dos vencimentos do período -ou seja, captaram o suficiente para rolar as parcelas que
venceram e ainda contraíram dívidas adicionais. No mesmo período do ano passado, essa proporção estava em 33%.
No mês passado, a chamada
conta financeira -que inclui o
fluxo de empréstimos e investimentos estrangeiros para o Brasil- ficou negativa em US$ 1,659
bilhão. O resultado foi influenciado por um pagamento de US$
1,354 bilhão que o governo fez para o FMI (Fundo Monetário Internacional).
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