São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009

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Temor sobre gripe suína afeta mercados; Bovespa cai 2%

Papéis de companhias aéreas e frigoríficos são mais atingidos

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O surto de gripe suína favoreceu as especulações no mercado ontem. E a última semana de abril começou com as ações em baixa. Após as valorizações acumuladas pelas principais Bolsas de Valores neste mês, os pregões de ontem foram fracos. A Bovespa, que é destaque de ganhos no ano, esteve entre as Bolsas que mais perderam ontem, ao sofrer desvalorização de 2,04%.
O que se viu ontem foi investidores vendendo ações e comprando títulos do Tesouro dos Estados Unidos e dólar -o que fez com que a moeda norte-americana subisse pelo mundo. Em relação ao real, o dólar teve apreciação de 1,28% e encerrou as operações vendido a R$ 2,22.
Nos Estados Unidos, as ações de companhias aéreas estiveram entre as que mais perderam, com os temores de queda no turismo devido à gripe suína. O índice Dow Jones registrou baixa de 0,64%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,88%.
Na Bolsa brasileira, entre as maiores baixas do pregão apareceram as ações do frigorífico JBS, com recuo de 12,23%, e da companhia aérea TAM, que recuaram 6,06%.
"A gripe suína e o medo de pandemia começaram a assustar os mercados. Na Bovespa, como tivemos uma sexta-feira com altos índices, era esperado que atravessasse um dia com realizações, influenciado fortemente pelo desempenho das Bolsas europeias e americanas", afirma Mário Battistel, diretor da Fair Corretora.
O recuo das commodities no mercado internacional foi justificado por analistas como sendo reflexo do temor de que o comércio mundial, já afetado pela crise, sofra desaceleração ainda maior em decorrência das dúvidas que há sobre o alcance da gripe suína.
O petróleo se depreciou em 2,74% em Nova York, cotado a US$ 50,14. As ações da Petrobras acompanharam o movimento e fecharam com queda de 2,11% (PN) e 2,43% (ON).
Os papéis das empresas brasileiras que seguem o desempenho das commodities metálicas também terminaram com baixa. Usiminas PNA foi a que mais perdeu no segmento (-5,56%), seguida por Companhia Siderúrgica Nacional ON (-3,19%) e Vale PNA (-2,78%).
A Bovespa, que atingiu na sexta os 46.771 pontos -maior nível desde o início de outubro-, desceu ontem para os 45.819 pontos. No mês, no entanto, a valorização da Bovespa no mês permanece em níveis elevados, em 11,96%.
O dia negativo não impediu que algumas ações brasileiras tivessem altas bastante elevadas. As ações da VCP e da Aracruz deram continuidade à escalada vista nos últimos pregões. O papel da VCP saltou 9,85%, e o da Aracruz, 9,54%. Ontem, o Goldman Sachs elevou sua recomendação para as ações da VCP. Os papéis das duas companhias têm subido com expectativas de aumento de preços e demanda no segmento em que atuam.
Outro destaque foi a Sadia, que reagiu à informação de que voltou a negociar com a Perdigão. A ação da Sadia subiu 7,67%. Já Perdigão caiu 1,34%.
Os mercados agora começam a concentrar as atenções na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que anunciará amanhã como fica a taxa básica de juros da economia. A Selic está em 11,25% e a maioria do mercado projeta que seja cortada para 10,25%.
No pregão da BM&F, os contratos que mostram as projeções para os juros recuaram ontem. No contrato que vence na virada do mês, a taxa caiu de 10,96% para 10,88%.


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