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Salário real é o mais baixo em 50 anos
DE BUENOS AIRES
A inflação e o desemprego derrubaram o salário real dos argentinos para o menor patamar dos últimos 50 anos. Segundo economistas ouvidos pelo jornal "Clarín", a remuneração média no país caiu de 570 pesos mensais em outubro do ano passado para 535 pesos hoje em dia.
Em dólares, a redução da renda é anda mais desesperadora. Segundo Mercedes Marcó del Pont, diretor da consultoria Fide, a desvalorização cambial derrubou o
salário médio pago por hora de US$ 6,42 em dezembro para US$
2,20 em abril.
Dessa forma, o economista da central sindical CTA, Claudio Lozano, acredita que o salário atual é 50% inferior ao pago em 1974, 35% menor do que o de 1980 e
25% mais baixo do que o pago durante 1993 e 2000 (anos do regime
de conversibilidade).
Além da queda na remuneração, a inflação também corroeu os
salários. Os preços ao consumidor subiram 21,1% no primeiro
quadrimestre. O maior impacto foi sentido pelos mais pobres,
porque a cesta básica teve reajuste de 35,2% no período.
"A intensidade da deterioração do salário é maior do que o do antigo recorde registrado na época da hiperinflação (1989)", segundo o diretor da Sociedade de Estudos Laborais, Ernesto Kritz. Por isso, os analistas acreditam que o governo deverá elevar os salários a partir de junho.
(JS)
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