São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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Para o setor, governo deve acelerar credenciamento de certificadoras

"RG" bovino está atrasado no país

JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um seminário que reuniu representantes de todos os setores da cadeia da pecuária de corte discutiu, na semana passada, a questão da rastreabilidade da carne bovina. A conclusão do debate foi a de que o país ainda tem muito trabalho pela frente para conseguir atender às exigências do mercado internacional.
Segundo os presentes ao seminário da ABC (Associação dos Criadores do Brasil), o país está atrasado no cronograma da rastreabilidade. Essas medidas visam a conhecer, do nascimento ao abate, todos os dados importantes sobre a vida do animal, como, por exemplo, as vacinas tomadas.
A rastreabilidade é uma exigência da União Européia, o principal destino da carne brasileira que é exportada. Países que não tenham um sistema de rastreabilidade confiável serão descredenciados como exportadores. O prazo estipulado pela UE termina no início do próximo mês.
De acordo com Nelson Pineda, diretor de informática da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), o país não será capaz de cumprir o prazo da UE. "O governo demorou bastante para começar a credenciar e agora tem que correr atrás do prejuízo", diz.
De acordo com Sérgio Jardim, delegado federal de agricultura, o processo de cadastramento das empresas certificadoras já começou. Ele afirmou, porém, que é preciso conduzir esse cadastramento com muito rigor, o que leva certo tempo. Para Jardim, o Brasil deverá cumprir o prazo da UE, apesar do prazo apertado.
A rastreabilidade, para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, René Dubois, é uma proteção do próprio patrimônio do pecuarista, antes mesmo de uma medida sanitária.
Segundo Dubois, a rastreabilidade pode -e deve- ser encarada como técnica de gestão econômica. A partir dos dados recolhidos, diz, é possível adotar práticas que otimizam a produção, identificando, por exemplo, animais que não têm engorda tão eficiente, nos quais não é interessante investir insumos e manejo. Para o consumidor, a vantagem é comprar um produto mais seguro e sobre o qual há mais dados.



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