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CURTO-CIRCUITO
Papéis na Cemig e na Bandeirante também são barrados; decisão interfere na tentativa do BNDES de leiloar papéis
Justiça embarga ações da AES na Eletropaulo
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça do Rio concedeu anteontem liminar que embarga
parte das ações que a empresa
norte-americana AES tem na Eletropaulo e na Cemig, assim como
as ações da AES Bandeirante Empreendimentos Ltda.
A decisão deverá interferir nas
ações extrajudiciais que o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vem
desenvolvendo para levar a leilão
as ações da Eletropaulo pertencentes à AES. O banco estatal quer
se ressarcir de créditos no valor de
US$ 1,2 bilhão que tem com a
AES, relacionados com empréstimos feitos para a compra da Eletropaulo.
A liminar foi concedida pela juíza Ellen Garcia Mesquita Lobato,
da 5ª Vara Empresarial do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio, em ação
movida por Isaac Zveiter, síndico
da massa falida da Eletronet, empresa controlada pela AES Bandeirante (51%) e pela Eletrobrás.
Segundo a Eletrobrás, a liminar
não impede o leilão das ações da
Eletropaulo, mas assegura aos
credores da Eletronet o direito sobre parte da receita obtida. A Eletrobrás alega que as dívidas da
Eletronet são de responsabilidade
exclusiva da AES.
A Eletronet teve a falência decretada em março deste ano, a pedido da Eletrobrás. Ela tem uma
dívida de aproximadamente R$
550 milhões com fornecedores e
bancos.
A empresa, especializada em
transmissão de dados, está sendo
mantida em atividade sob gestão
da Eletrobrás, holding federal do
setor elétrico. A estatal cedeu suas
linhas de transmissão para a instalação dos cabos da Eletronet em
troca da participação de 49% na
sociedade e pretende agora manter a gestão da empresa.
Como os únicos bens da AES
Bandeirante são as ações da Eletronet, o síndico Zveiter pediu à
Justiça que fossem bloqueadas
também as participações que o
grupo norte-americano possui na
Eletropaulo e na Cemig, até o limite necessário à cobertura da dívida da Eletronet.
Na decisão, a juíza determina "o
arresto [embargo] das ações da
AES Bandeirante Empreendimentos Ltda., em valores que bastem para efetivar sua responsabilidade pelos prejuízos causados
no pedido de falência [da Eletronet] (...) encontráveis na Eletropaulo e na Cemig". Ela manda,
também, oficiar a Bovespa e as
Juntas Comerciais de São Paulo,
de Minas Gerais e do Rio.
A AES tem cerca de 77% do capital votante (ações ordinárias) da
Eletropaulo, por intermédio da
subsidiária AES Elpa, e cerca de
70% do capital preferencial (não-votante), por meio da AES Transgás.
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