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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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Na Febraban, ministro afirma que o governo baixou inflação e agora quer a redução dos juros

"Vim cobrar a fatura", diz Mantega a bancos

JULIANNA SOFIA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

"Vim cobrar a fatura." Essa foi a frase usada pelo ministro Guido Mantega (Planejamento) para definir sua ida ontem à Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), em São Paulo, quando pediu às instituições a redução dos juros ao consumidor e às empresas.
Segundo ele, o governo cumpriu todas as suas promessas de campanha, como respeitar os contratos, reduzir a inflação, fazer uma política fiscal responsável e baixar o risco-país. "Agora, eu vim cobrar a fatura de vocês, que é baixar os juros e reduzir o "spread" bancário, que é muito elevado", relatou Mantega aos jornalistas depois de participar do 1º Seminário Internacional de Fundos de Pensão no Rio de Janeiro.
Na avaliação do ministro, "o cheque especial está pela hora da morte". "Todo mundo sabe que os bancos têm tido altos lucros no país, então eles têm que colaborar, reduzindo a margem de lucro", contou o ministro.
Mantega disse ainda que os banqueiros reclamaram da alta carga tributária, atribuindo a ela parte do custo dos empréstimos. "Não é verdade. Os impostos chegam a 20%, 30%. Eles é que têm uma margem de lucratividade grande e ainda põem um percentual de risco. Portanto há margem para negociar", afirmou.
No seminário sobre fundos de pensão, o ministro disse aos participantes que no segundo semestre o país deverá retomar o crescimento econômico. "Com certeza, vamos ter um crescimento maior que em 2002. Pode ser 2%, 2% e alguma coisa", disse Mantega.

2004
Para o ano que vem, a projeção do governo é crescer 3,5%. "Este primeiro semestre é de arrumação da casa. E olhe que é um tempo curto para uma arrumação", brincou. Na opinião do ministro, diferentemente de outros países, o Brasil reage rapidamente às decisões de política monetária.
Mantega defendeu ainda a atuação do Banco Central, que anunciou na segunda-feira que não renovará integralmente a dívida atrelada ao câmbio. "Quando o Banco Central não faz nada, vocês reclamam. Quando faz algum tipo de intervenção, vocês também reclamam", ironizou o ministro.
Para os participantes dos fundos, o ministro declarou ainda que as entidades serão importantes no processo de desenvolvimento sustentado do país. Ele salientou que, para isso, o governo precisa criar regras mais claras para dar segurança aos investidores de longo prazo.


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