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Na Febraban, ministro afirma que o governo baixou inflação e agora quer a redução dos juros
"Vim cobrar a fatura", diz Mantega a bancos
JULIANNA SOFIA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
"Vim cobrar a fatura." Essa foi a
frase usada pelo ministro Guido
Mantega (Planejamento) para definir sua ida ontem à Febraban
(Federação Brasileira dos Bancos), em São Paulo, quando pediu
às instituições a redução dos juros
ao consumidor e às empresas.
Segundo ele, o governo cumpriu todas as suas promessas de
campanha, como respeitar os
contratos, reduzir a inflação, fazer
uma política fiscal responsável e
baixar o risco-país. "Agora, eu
vim cobrar a fatura de vocês, que é
baixar os juros e reduzir o "spread"
bancário, que é muito elevado",
relatou Mantega aos jornalistas
depois de participar do 1º Seminário Internacional de Fundos de
Pensão no Rio de Janeiro.
Na avaliação do ministro, "o
cheque especial está pela hora da
morte". "Todo mundo sabe que
os bancos têm tido altos lucros no
país, então eles têm que colaborar, reduzindo a margem de lucro", contou o ministro.
Mantega disse ainda que os
banqueiros reclamaram da alta
carga tributária, atribuindo a ela
parte do custo dos empréstimos.
"Não é verdade. Os impostos chegam a 20%, 30%. Eles é que têm
uma margem de lucratividade
grande e ainda põem um percentual de risco. Portanto há margem
para negociar", afirmou.
No seminário sobre fundos de
pensão, o ministro disse aos participantes que no segundo semestre o país deverá retomar o crescimento econômico. "Com certeza,
vamos ter um crescimento maior
que em 2002. Pode ser 2%, 2% e
alguma coisa", disse Mantega.
2004
Para o ano que vem, a projeção
do governo é crescer 3,5%. "Este
primeiro semestre é de arrumação da casa. E olhe que é um tempo curto para uma arrumação",
brincou. Na opinião do ministro,
diferentemente de outros países,
o Brasil reage rapidamente às decisões de política monetária.
Mantega defendeu ainda a atuação do Banco Central, que anunciou na segunda-feira que não renovará integralmente a dívida
atrelada ao câmbio. "Quando o
Banco Central não faz nada, vocês
reclamam. Quando faz algum tipo de intervenção, vocês também
reclamam", ironizou o ministro.
Para os participantes dos fundos, o ministro declarou ainda
que as entidades serão importantes no processo de desenvolvimento sustentado do país. Ele salientou que, para isso, o governo
precisa criar regras mais claras
para dar segurança aos investidores de longo prazo.
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