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Varejo pressiona, e IGP-M vai a 1,31%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) registrou em maio
inflação de 1,31%. Trata-se da
maior variação desde março do
ano passado (1,53%), informou
ontem a FGV (Fundação Getúlio
Vargas). Em abril, a taxa havia sido de 1,21%.
Diferentemente dos meses anteriores, o principal motivo da aceleração da inflação foi o aumento
dos preços no varejo, segundo a
FGV. Impulsionado especialmente por alimentos e remédios, o
IPC (Índice de Preços ao Consumidor) passou de 0,31% em abril
para 0,59% em maio.
Já o IPA (Índice de Preços por
Atacado) teve uma pequena redução -de 1,65% em abril para
1,52% neste mês.
Com o resultado de maio, o
IGP-M, que serve de base para os
reajuste de tarifas de energia, ficou em 7,04% nos últimos 12 meses até maio -maior do que os
5,38% acumulados até abril.
Impactos
De acordo com Salomão Quadros, coordenador de análises
econômicas da FGV, a recente alta do dólar ainda não teve impacto significativo nem no atacado
nem no varejo.
Nem mesmo itens como a soja
no atacado (-2,26%), que sobem
imediatamente quando o dólar se
valoriza, tiveram alta em maio.
Quadros prevê que impactos expressivos só ocorrerão se o dólar
subir mais.
Uma das pressões mais fortes
no atacado, que corresponde a
60% do IGP-M, foi a de combustíveis industriais. O óleo combustível, cujo preço é corrigido mensalmente pela Petrobras, subiu
6,95% em maio.
Segundo Quadros, o possível
aumento da gasolina e do diesel,
que está sendo contido pela Petrobras, também é um fator de incerteza para a inflação dos próximos meses.
""Preocupa mais, do ponto de
vista de política monetária, o que
vem pela frente do que os aumentos que estão acontecendo agora."
Ainda no mercado atacadista,
tiveram altas de destaque milho
(8,81%), leite (3,89%) e verduras e
legumes como alface (52,09%) e
chuchu (31,58%). Todos os itens
aumentaram em razão de problemas climáticos ou de entressafra.
Já os produtos industriais sofreram uma pequena desaceleração
-de 1,80% para 1,66%.
No IPC, cujo peso no IGP-M é
de 30%, os aumentos mais importantes ocorreram nos alimentos.
O grupo subiu de 0,25% para
0,86%, principalmente por causa
das altas de laticínios (1,52%),
hortaliças e legumes (4,27%) e
adoçantes (que inclui o açúcar e
subiu 4,44%). Por causa do atraso
na colheita da cana-de-açúcar,
tanto o álcool (0,80%) como o
açúcar aumentaram.
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