São Paulo, sexta-feira, 28 de maio de 2004

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Varejo pressiona, e IGP-M vai a 1,31%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) registrou em maio inflação de 1,31%. Trata-se da maior variação desde março do ano passado (1,53%), informou ontem a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em abril, a taxa havia sido de 1,21%.
Diferentemente dos meses anteriores, o principal motivo da aceleração da inflação foi o aumento dos preços no varejo, segundo a FGV. Impulsionado especialmente por alimentos e remédios, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) passou de 0,31% em abril para 0,59% em maio.
Já o IPA (Índice de Preços por Atacado) teve uma pequena redução -de 1,65% em abril para 1,52% neste mês.
Com o resultado de maio, o IGP-M, que serve de base para os reajuste de tarifas de energia, ficou em 7,04% nos últimos 12 meses até maio -maior do que os 5,38% acumulados até abril.

Impactos
De acordo com Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV, a recente alta do dólar ainda não teve impacto significativo nem no atacado nem no varejo.
Nem mesmo itens como a soja no atacado (-2,26%), que sobem imediatamente quando o dólar se valoriza, tiveram alta em maio. Quadros prevê que impactos expressivos só ocorrerão se o dólar subir mais.
Uma das pressões mais fortes no atacado, que corresponde a 60% do IGP-M, foi a de combustíveis industriais. O óleo combustível, cujo preço é corrigido mensalmente pela Petrobras, subiu 6,95% em maio.
Segundo Quadros, o possível aumento da gasolina e do diesel, que está sendo contido pela Petrobras, também é um fator de incerteza para a inflação dos próximos meses.
""Preocupa mais, do ponto de vista de política monetária, o que vem pela frente do que os aumentos que estão acontecendo agora."
Ainda no mercado atacadista, tiveram altas de destaque milho (8,81%), leite (3,89%) e verduras e legumes como alface (52,09%) e chuchu (31,58%). Todos os itens aumentaram em razão de problemas climáticos ou de entressafra. Já os produtos industriais sofreram uma pequena desaceleração -de 1,80% para 1,66%.
No IPC, cujo peso no IGP-M é de 30%, os aumentos mais importantes ocorreram nos alimentos. O grupo subiu de 0,25% para 0,86%, principalmente por causa das altas de laticínios (1,52%), hortaliças e legumes (4,27%) e adoçantes (que inclui o açúcar e subiu 4,44%). Por causa do atraso na colheita da cana-de-açúcar, tanto o álcool (0,80%) como o açúcar aumentaram.


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