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Empresas têm custo e burocracia para preservar papelada exigida pelo fisco
DA REPORTAGEM LOCAL
A burocracia do fisco brasileiro custa caro às empresas.
Para manter todos os documentos exigidos pela fiscalização é preciso contratar gente e
ter espaço adequado.
A quantidade de documentos
exigida é tão grande que o departamento jurídico do Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das
Empresas de Assessoramento,
Perícias, Informações e Pesquisas do Estado de São Paulo) elaborou um guia para facilitar o
trabalho das empresas.
O guia tem nome compatível
com a extensa relação do que
cada empresa precisa guardar:
"Guia de Prazos para Guarda e
Manutenção de Livros e Documentos Fiscais e Multas de
Obrigações Acessórias". No
quadro ao lado está apenas uma
pequena amostra do guia.
Segundo Antonio Marangon,
presidente do Sescon-SP, uma
forma de reduzir o acúmulo dos
documentos que é necessário
manter guardados seria os fiscos federal, estaduais e municipais mandarem às empresas,
anualmente, um comunicado
informando sua situação fiscal.
Se isso fosse feito, as empresas não precisariam manter
tantos documentos arquivados
por tanto tempo. "A sociedade
precisa pressionar para que o
país tenha menos burocracia,
como já vem fazendo com o aumento de tributos. É preciso reduzir o prazo de guarda dos documentos para diminuir os
custos das empresas."
Ele diz que há dois outros fatores que atrapalham a vida das
empresas: o prazo reduzido para pagar tributos e a informalidade. No primeiro caso, segundo Marangon, há empresas que
são obrigadas a pagar o tributo
antes mesmo de receber pela
venda de seus produtos. É o caso de uma indústria que paga o
IPI. Hoje, esse imposto é pago
entre 3 dias e até 15 dias após o
fato gerador (que pode ser decendial ou mensal).
A informalidade, diz Marangon, está crescendo no país pela
necessidade de sobrevivência
das empresas. Para sobreviver,
as empresas geram uma concorrência desleal com aquelas
que pagam seus tributos em dia
e cumprem as regras fiscais.
Para José Constantino de
Bastos Jr., assessor da presidência do Sescon-SP, se o fisco
fosse mais ágil, as empresas não
teriam de guardar tantos documentos. "O contribuinte tem,
às vezes, menos de um mês para cumprir uma obrigação, enquanto o fisco tem cinco anos,
ou mais, para dizer se ele cumpriu corretamente aquela obrigação. Isso não é justo."
(MC)
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