São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Venda global de jornais cresce, apesar da crise

Circulação avança 1,3% em 2008 e chega a 540 milhões de exemplares diários

Venda de jornais no Brasil aumentou 5% em 2008; 1,9 bilhão de pessoas leem jornais diariamente no mundo, afirma pesquisa


DA REDAÇÃO

Apesar da crise que abateu boa parte da economia global, a circulação mundial de jornais continuou a se expandir no ano passado. De acordo com a WAN (Associação Mundial de Jornais), o avanço registrado no ano passado foi de 1,3%.
A venda diária de jornais chegou a quase 540 milhões de exemplares em 2008, 8 milhões de unidades a mais do que no ano anterior, quando a circulação global tinha crescido 2,6%. A expansão ocorreu devido ao aumento da circulação na África (6,9%), na Ásia (2,9%) e na América do Sul (1,8%).
No Brasil, como tem acontecido nos últimos anos, o crescimento das vendas superou a média mundial. A circulação diária no país avançou 5% em 2008 em relação ao ano anterior, atingindo 4,35 milhões de exemplares. Em 2007, a expansão havia sido de 11,8%, segundo dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação).
Já os mercados dos EUA, da Europa e da Austrália encolheram no ano passado, mas, para Gavin O'Reilly, presidente da WAN, essa queda "não mostra toda a história, já que as companhias jornalísticas nesses locais adotaram tecnologias digitais para aumentar ainda mais o alcance da sua audiência".
Ainda de acordo com a associação, o número de pessoas que leem uma publicação diária subiu para 1,9 bilhão, 200 milhões a mais do que em 2007, e os jornais alcançam 41% mais adultos que a internet.
"Os jornais continuam sendo um meio de massa global a ser levado em conta, alcançando a média de cerca de um terço da população mundial", disse o presidente da WAN.
"Então, se nós somos uma indústria em declínio, a definição de declínio é estranha. Nós somos uma indústria com pesado alcance global e que obtém receitas pesadas."
No ano passado, as receitas dos jornais impressos diários com publicidade representaram 37% do total mundial, de acordo com a entidade, ante 29% em 2007.
Para O'Reilly, a previsão de que os jornais irão morrer alcançou o nível de um novo esporte. "Que esse maldizer e essas sombras sobre a nossa indústria tenham passado praticamente sem respostas é, para mim, um dos casos mais bizarros de automutilação voluntária da história da indústria."
Segundo o presidente da WAN, é um erro dizer que o futuro dos jornais está na internet, "excluindo praticamente todo o resto. Isso é simplificar demais uma questão bastante complexa". O'Reilly afirma que o problema não deve ficar concentrado entre escolher os jornais impressos ou a internet. "É bastante provável que os consumidores sejam capazes de fazer múltiplas escolhas."


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