São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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CRISE
Proporção de desempregados atinge 6,7% e pode chegar a 9%; estimativa é que o PIB poderá cair 4%
Coreanos fazem greve contra desemprego

das agências internacionais

Trabalhadores da Hyundai, da Daewoo e de mais 120 outras companhias sul-coreanas iniciaram ontem uma greve de dois dias contra o aumento do desemprego.
A paralisação foi convocada pela segunda maior confederação de trabalhadores do país, com cerca de 550 mil membros.
Cerca de 34 mil funcionários da Hyundai, a maior indústri automobilistica do país, aderiram ao protesto. A companhia planeja demitir 18% dos seus funcionários, afirmou Kim Kwang Shik, presidente da principal união de trabalhadores da Hyundai.
O aumento da tensão entre governo e trabalhadores já levou a Bolsa da Coréia a perder cerca de US$ 8 bilhões nesta semana e fez com que o principal índice do mercado acionário chegasse a seu pior nível em 11 anos.
Cerca de 3 mil manifestantes percorreram ontem as ruas do centro de Seul, capital do país. Policiais acompanharam de perto o protesto. O governo, que havia considerado a greve ilegal, anunciara no começo da semana que usaria a força se fosse preciso, mas não houve relato de confrontos.
" A greve é nosso pedido de sobrevivência", afirmou Kim. "Se formos demitidos, não poderemos sobreviver".
A taxa de desemprego aumentou para 6,7% em abril, contra 6,5% em março. Estimativas indicam que, até o final do ano, o percentual deverá superar os 9% devido à recessão no país.
A economia da Coréia deve ter retração superior a 4% este ano, segundo autoridades do banco central do país. No primeiro trimestre deste ano, a economia recuou a uma taxa anual de 3,8%.
A crise na Coréia teve início no ano passado, após o colapso de grandes grupos empresariais sul-coreanos, conhecidos como "chaebols", e a queda do won, a moeda local.
Em dezembro passado, a Coréia, uma das maiores economias do mundo, se viu obrigada a recorrer ao FMI, que lidera pacote de resgate de cerca de U$ 60 bilhões.
Ontem, ao contrário da maioria das Bolsas asiáticas, que fecharam com quedas expressivas, o mercado de Seul teve pequena alta de 0,5%.



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