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AMEAÇA
Representantes do setor querem revogação da medida; custos aumentariam de 5% a 10%
Etiqueta fará supermercado subir preço
da Sucursal de Brasília
Os supermercados ameaçam aumentar os preços dos produtos
por causa da decisão do governo
de exigir que as lojas voltem a etiquetar cada mercadoria com o
preço que será cobrado no caixa.
Os empresários alegam que a
exigência deve elevar os custos. Na
próxima semana, representantes
da Abras (Associação Brasileira de
Supermercados) deverão se reunir
com o ministro da Justiça, Renan
Calheiros, e com o secretário de
Direito Econômico, Ruy Coutinho, para discutir a decisão.
Na última segunda-feira, a Secretaria de Direito Econômico determinou que os supermercados
passem a etiquetar os produtos
para tornar os valores mais claros
aos consumidores e evitar distorções entre os preços fixados nas
gôndolas e os cobrados no caixa
das lojas. O prazo de adequação
termina no próximo dia 30.
Pesquisa recente realizada pelo
Procon de Brasília mostra que há
diferença entre esses valores. Os
preços cobrados no caixa, onde é
feita a leitura do código de barras
fixado na embalagem do produto,
chegam a ser 16% maiores que
aqueles fixados nas gôndolas.
Segundo Arthur Sendas, presidente da Associação Comercial do
Rio de Janeiro e empresário do setor, a medida deverá resultar em
aumento de custos de 5% a 10%
para os supermercados, por causa
da aquisição de máquinas e de
contratação de pessoal.
"Se tivermos que acrescentar
esse custo, vamos aumentar os
preços", disse Sendas logo depois
de ter se reunido ontem com o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Sendas completou que o repasse
do aumento dos custos não deverá
ser integral. Explicou ainda que
um supermercado que ofereça 40
mil itens terá que manter cerca de
50 etiquetadores para cumprir a
medida da SDE.
Para Sendas, a decisão da SDE
representa um retrocesso no processo de modernização dos supermercados. O segmento, completou ele, investiu US$ 1 bilhão nos
últimos anos na aquisição de tecnologia compatível com a utilizada por países desenvolvidos.
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