São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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AMEAÇA
Representantes do setor querem revogação da medida; custos aumentariam de 5% a 10%
Etiqueta fará supermercado subir preço

da Sucursal de Brasília

Os supermercados ameaçam aumentar os preços dos produtos por causa da decisão do governo de exigir que as lojas voltem a etiquetar cada mercadoria com o preço que será cobrado no caixa.
Os empresários alegam que a exigência deve elevar os custos. Na próxima semana, representantes da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) deverão se reunir com o ministro da Justiça, Renan Calheiros, e com o secretário de Direito Econômico, Ruy Coutinho, para discutir a decisão.
Na última segunda-feira, a Secretaria de Direito Econômico determinou que os supermercados passem a etiquetar os produtos para tornar os valores mais claros aos consumidores e evitar distorções entre os preços fixados nas gôndolas e os cobrados no caixa das lojas. O prazo de adequação termina no próximo dia 30.
Pesquisa recente realizada pelo Procon de Brasília mostra que há diferença entre esses valores. Os preços cobrados no caixa, onde é feita a leitura do código de barras fixado na embalagem do produto, chegam a ser 16% maiores que aqueles fixados nas gôndolas.
Segundo Arthur Sendas, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro e empresário do setor, a medida deverá resultar em aumento de custos de 5% a 10% para os supermercados, por causa da aquisição de máquinas e de contratação de pessoal.
"Se tivermos que acrescentar esse custo, vamos aumentar os preços", disse Sendas logo depois de ter se reunido ontem com o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Sendas completou que o repasse do aumento dos custos não deverá ser integral. Explicou ainda que um supermercado que ofereça 40 mil itens terá que manter cerca de 50 etiquetadores para cumprir a medida da SDE.
Para Sendas, a decisão da SDE representa um retrocesso no processo de modernização dos supermercados. O segmento, completou ele, investiu US$ 1 bilhão nos últimos anos na aquisição de tecnologia compatível com a utilizada por países desenvolvidos.



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