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VAREJO
Revendedor volta a lucrar, diz Razelli
Com juro baixo, venda de carro cresce 15%
ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local
A redução das taxas de juros e a
"guerra" de promoções das concessionárias conseguiram aquecer
a venda de carros novos em maio.
Os revendedores vão fechar o
mês com resultado entre 10% e
15% superior a abril, quando foram vendidos 132 mil carros, e
voltam a ter lucro com a venda de
carros novos.
O cálculo é de Giovanni Razelli,
diretor-superintendente da Fiat
Automóveis, com base na média
diária de vendas das concessionárias de todas as marcas nos primeiros 25 dias do mês.
"O mercado está voltando ao
nível anterior a outubro do ano
passado", diz Razelli. Se o mercado crescer 15% este mês, vai chegar às 151 mil unidades, 10 mil a
menos do que em maio de 97.
Para estimular os negócios, os
bancos das montadoras oferecem
juros de até 0,5% ao mês com parcelas fixas e prazo de 36 meses para pagar.
Apesar da taxa de juro subsidiada e de bons descontos na compra
à vista, as concessionárias e as fábricas não estão perdendo dinheiro, conta Razelli. "Desde março,
as concessionárias voltaram a ter
lucro." As fábricas também já saíram do vermelho, afirma.
Com a recuperação das vendas
no segundo semestre, Razelli prevê que a indústria vá vender 1,75
milhão de carros até o final do
ano, 100 mil a menos que 97. Se o
governo reduzir o IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados)
dos carros, a indústria repete o resultado de 98, garante Razelli.
A Fiat pretende vender 500 mil
unidades este ano e manter a sua
participação de mercado. Em
abril, a marca foi responsável por
29% dos automóveis vendidos.
A partir deste final de semana, a
empresa inicia as vendas do Marea, carro de luxo da marca. O novo modelo, produzido na fábrica
de Betim (MG), chega para competir com o Vectra, da GM, que
domina mais de 50% dessa faixa
de mercado.
Até o final do ano, a fábrica pretende produzir e vender 15 mil
unidades. Em 99 chega a 45 mil. A
versão básica do Marea vai custar
R$ 27.350. A perua Marea Weekend, R$ 29.350.
Razelli disse que a nova onda de
fusões que se iniciou na indústria
automobilística é resultado da crise asiática. "Ela não estava na bola
de cristal de ninguém".
Para ele, o número de montadoras vai diminuir, mas o Grupo Fiat
não está em negociações com outros fabricantes.
Razelli diz que há não espaço para mais de dez montadoras no
Brasil. É preciso fabricar pelo menos 100 mil carros por ano no país
para que a produção se torne viável, afirma.
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