São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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VAREJO
Revendedor volta a lucrar, diz Razelli
Com juro baixo, venda de carro cresce 15%

ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local

A redução das taxas de juros e a "guerra" de promoções das concessionárias conseguiram aquecer a venda de carros novos em maio.
Os revendedores vão fechar o mês com resultado entre 10% e 15% superior a abril, quando foram vendidos 132 mil carros, e voltam a ter lucro com a venda de carros novos.
O cálculo é de Giovanni Razelli, diretor-superintendente da Fiat Automóveis, com base na média diária de vendas das concessionárias de todas as marcas nos primeiros 25 dias do mês.
"O mercado está voltando ao nível anterior a outubro do ano passado", diz Razelli. Se o mercado crescer 15% este mês, vai chegar às 151 mil unidades, 10 mil a menos do que em maio de 97.
Para estimular os negócios, os bancos das montadoras oferecem juros de até 0,5% ao mês com parcelas fixas e prazo de 36 meses para pagar.
Apesar da taxa de juro subsidiada e de bons descontos na compra à vista, as concessionárias e as fábricas não estão perdendo dinheiro, conta Razelli. "Desde março, as concessionárias voltaram a ter lucro." As fábricas também já saíram do vermelho, afirma.
Com a recuperação das vendas no segundo semestre, Razelli prevê que a indústria vá vender 1,75 milhão de carros até o final do ano, 100 mil a menos que 97. Se o governo reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros, a indústria repete o resultado de 98, garante Razelli.
A Fiat pretende vender 500 mil unidades este ano e manter a sua participação de mercado. Em abril, a marca foi responsável por 29% dos automóveis vendidos.
A partir deste final de semana, a empresa inicia as vendas do Marea, carro de luxo da marca. O novo modelo, produzido na fábrica de Betim (MG), chega para competir com o Vectra, da GM, que domina mais de 50% dessa faixa de mercado.
Até o final do ano, a fábrica pretende produzir e vender 15 mil unidades. Em 99 chega a 45 mil. A versão básica do Marea vai custar R$ 27.350. A perua Marea Weekend, R$ 29.350.
Razelli disse que a nova onda de fusões que se iniciou na indústria automobilística é resultado da crise asiática. "Ela não estava na bola de cristal de ninguém".
Para ele, o número de montadoras vai diminuir, mas o Grupo Fiat não está em negociações com outros fabricantes.
Razelli diz que há não espaço para mais de dez montadoras no Brasil. É preciso fabricar pelo menos 100 mil carros por ano no país para que a produção se torne viável, afirma.



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