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Kirchner reafirma que não cede
às exigências do FMI e do mercado
DE BUENOS AIRES
O presidente da Argentina,
Néstor Kirchner, repetiu ontem
frases do seu discurso de posse,
em que afirmava que não iria "ceder" às exigências do FMI (Fundo
Monetário Internacional) nem do
mercado financeiro.
As declarações foram feitas na
Província de Chubut, sul da Argentina, três dias após uma visita
do diretor-gerente do Fundo,
Horst Köhler, ao país, e um dia
depois de o porta-voz da instituição, Thomas Dawson, ter afirmado "compreender" a decisão do
Ministério da Economia de controlar a entrada de capital especulativos no mercado argentino.
Desde a posse, Kirchner tem sido enfático ao dizer que não permitirá interferências no seu programa de governo, fazendo valer a
frase que dizia desde a campanha
de que "não deixaria os ideais na
porta da Casa Rosada".
Kirchner afirmou ter advertido
o representante do FMI durante
sua estada de dois dias no país,
que "acabou o tempo daqueles
que vinham à Argentina para provocar e repreender o governo".
Köhler, na última terça-feira,
afirmou que o Fundo pretende fechar um acordo de três anos com
o governo argentino e que "entende" que o país precisa de tempo
para implantar as reformas cobradas.
O diretor do FMI disse ainda
que estava "convencido" das boas
intenções do novo governo e que
Kirchner tem o projeto certo para
melhorar as condições econômicas e sociais do país.
Kirchner, mais uma vez, criticou o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) e disse que, agora, a Argentina tem um governo
que se preocupa primeiro com as
necessidades da população.
"Houve outro [chefe de Estado]
que na década passada passeava
pelo mundo e que tinha ao seu lado os representantes do FMI."
(ELAINE COTTA)
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