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Mantega sinaliza redução da Taxa de Juros de Longo Prazo amanhã
Adotada nos financiamentos ao setor produtivo, TJLP está em 8,15% ao ano
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) deu sinais de que haverá redução da TJLP (Taxa de
Juros de Longo Prazo) na reunião de amanhã do CMN (Conselho Monetário Nacional).
Ontem, ele afirmou ter uma
"leve suspeita" de que há uma
tendência de queda da taxa,
atualmente em 8,15% ao ano.
"Como presidente do Conselho Monetário Nacional, eu estou impedido de dar declarações a priori porque deixaria os
meus pares em uma situação
constrangedora. Poderiam dizer que a gente não discute, não
delibera em conjunto", disse.
Quando questionado, no entanto, se a tendência é de redução, respondeu: "Eu tenho a leve suspeita de que é de redução". Apesar de analistas de
mercado esperarem uma queda de 0,5 ponto percentual na
taxa, Mantega preferiu não fazer "especulação".
A TJLP é usada pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
como referência nos empréstimos oferecidos aos empresários. A taxa, que é fixada trimestralmente pelo CMN, acaba balizando os custos de financiamento dos investimentos das
empresas. Em março, o conselho a reduziu de 9% para 8,15%.
O resultado foi fruto de um
acordo da equipe econômica,
que, antes da reunião oficial do
conselho, chegou a um entendimento prévio sobre o grau de
redução da taxa. Optou-se por
uma saída intermediária entre
0,5 ponto percentual e 1 ponto.
O acerto evitou que ficassem
de lados opostos o presidente
do Banco Central, Henrique
Meirelles, e Mantega. Enquanto Meirelles quer queda cautelosa da TJLP, o titular da Fazenda, quando ainda presidente do BNDES, pregava que a taxa deveria ir a 7%. Já ministro,
Mantega defendia, em conversas reservadas, queda para 8%.
Além dos dois, o ministro
Paulo Bernardo (Planejamento) participa do CMN. Na reunião de amanhã, o conselho
também definirá a meta de inflação para 2008. Deverá ser fixada a meta de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos para baixo e para cima. Para
2007, deverá ser confirmada a
meta de 4,5%.
Antes de se reunir com Mantega no início da noite em Brasília, o presidente do BNDES,
Demian Fiocca, afirmou que, se
a fórmula de cálculo da TJLP
(inflação projetada para 12 meses mais risco Brasil) fosse seguida à risca, a taxa poderia
convergir para algo próximo de
7,5%. "O conselho tem agido de
forma adequada. Estou otimista, mas não cravaria nenhum
número", declarou Fiocca.
Embora o mercado aposte
em redução de 0,5 ponto na
TJLP, o setor produtivo avalia
que as condições da economia
permitem queda mais acentuada. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) defende algo em torno de 7%.
"Muitos projetos de expansão dependem da queda acentuada dos juros de longo prazo", afirma a entidade, em nota.
Colaborou CLÁUDIA DIANNI, da Sucursal de Brasília
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