São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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Petróleo fecha acima de US$ 140

Investimento em commodities cresce em um momento de baixa nas Bolsas

Para analista, investidores procuram refúgios seguros devido à falta de confiança no desempenho das ações e em outros mercados

DA REDAÇÃO

O preço do barril de petróleo fechou pela primeira vez acima de US$ 140, com os investidores aumentando suas apostas em commodities, em um momento de baixa em boa parte dos mercados financeiros mundiais. A cotação do combustível já subiu mais de 40% neste ano, enquanto o índice Dow Jones, formado por 30 empresas e o principal da Bolsa de Nova York, opera em território negativo.
O produto chegou a valer mais de US$ 142 durante o pregão de ontem, mas recuou com os investidores aproveitando a alta para realizar lucros. Em Nova York, o barril terminou a semana valendo US$ 140,21, alta de 0,41% em relação ao dia anterior. O Brent, negociado na Bolsa de Londres, se valorizou em 0,34%, cotado a US$ 140,31.
Os preços estão se encaminhando para o maior aumento trimestral desde os primeiros três meses de 1999, quando o petróleo era negociado entre US$ 11 e US$ 17 o barril. "Eu não sei quando essa alta vai terminar, pois há muita gente da comunidade financeira apostando que os preços vão subir", disse Rick Mueller, diretor da Energy Security Analysis. "Os aumentos não têm nada a ver com o mercado físico."

"Tendência incansável"
Para John Kilduff, vice-presidente de gerenciamento de risco da MF Global, "a tendência na direção dos ativos minerais e dos combustíveis segue incansável". Para ele, "há uma falta de confiança nas ações e em outros mercados no momento, que faz os investidores procurarem refúgios seguros".
O preço do petróleo poderá subir ainda mais caso o BCE (Banco Central Europeu) eleve na semana que vem a taxa de juros da região, o que provocaria uma queda adicional do dólar -a desvalorização da moeda americana é apontada como uma das razões para o ciclo de alta do preço do combustível.
O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, afirmou mais de uma vez nas últimas semanas que "é possível", no próximo encontro da entidade, o aumento da taxa de juros. Nesta semana, o Fed (o BC dos EUA) encerrou o ciclo de sete cortes consecutivos nos juros, iniciado em setembro de 2007.


Com a Bloomberg

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