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PETRÓLEO
Com acerto de US$ 1 bi, estatal brasileira ganha refinaria e 700 postos
Sai acordo Petrobras e Repsol-YPF
GUSTAVO CHACRA
DE BUENOS AIRES
A Petrobras e a empresa hispano-argentina Repsol-YPF chegaram a um acordo sobre troca de
ativos de mais de US$ 1 bilhão,
que permitirá à estatal brasileira
ingressar com mais força no mercado argentino.
Segundo o acerto, divulgado
ontem em Madri -sede da Repsol-YPF-, a Petrobras receberá
os ativos EG3 da empresa hispano-argentina, que correspondem
a uma refinaria em Baía Blanca
(centro-sul argentino), com capacidade de produção de 30,5 mil
barris por dia, e 700 postos de
combustível na Argentina.
A Repsol-YPF, em troca, receberá 30% de participação na refinaria Refap, com produção de 188
mil barris por dia -cerca de 60
mil, portanto, corresponderão
aos argentinos-, 300 postos de
combustível, com vendas estimadas em 480 milhões de litros por
ano, e 10% da plataforma de Albacora Leste, na bacia de Campos,
no Estado do Rio de Janeiro.
Com o acordo, a Petrobras passa a controlar a quarta empresa de
refino de petróleo e venda de
combustíveis na Argentina, com
uma cota de 12% do mercado.
A Repsol-YPF, por sua vez, expande ainda mais seus negócios
no Brasil. Além dos ativos que receberá na troca com a Petrobras, a
empresa hispano-argentina possui uma rede de postos de combustíveis que vende 200 milhões
de litros por ano e distribui, por
meio da empresa Gás Natural, gás
para 600 mil clientes no Rio.
Além disso, a Repsol-YPF exporta gás para a usina termoeléctrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Está construindo também um gasoduto, em parceria
com a Petrobras, de 615 km que
irá de Uruguaiana até Porto Alegre (RS).
As duas empresas decidiram
também que construirão conjuntamente duas centrais termoeléctricas de potência de 500 MW cada uma. A primeira delas será erguida no Estado de São Paulo e a
outra em um lugar a ser definido,
também no Brasil.
Autorização
A troca de ativos entre as duas
empresas depende ainda de autorização do governo argentino. No
entanto não deverá haver entraves, pois foi o próprio governo
que, por meio de acordo, obrigou
a Repsol-YPF a se desfazer de parte de seus ativos na Argentina.
A YPF, que era estatal até 1993,
foi vendida para a Repsol, ex-estatal espanhola, naquele ano. Até o
acordo com a Petrobras assinado
ontem, possuía 59% do mercado
argentino.
Decisão do governo argentino,
para aumentar a concorrência interna no país, determinou que a
Repsol-YPF deveria se desfazer de
11% do seus postos de gasolina e
4% do refino do petróleo. A saída
para a empresa acabou sendo o
acordo com a Petrobras, pois, se
por um lado perderia ativos na
Argentina, por outro ganharia no
Brasil.
O presidente do grupo hispano-argentino Repsol-YPF no Brasil,
João Carlos de Luca, disse que o
acordo de troca de ativos anunciado ontem com a Petrobras dá
uma "base sólida" para o crescimento dos negócios da empresa
no Brasil.
Já o diretor de Abastecimento
da Petrobras, Albano Gonçalves,
afirmou que o acordo atende aos
objetivos de internacionalização
da estatal brasileira.
Colaborou o FolhaNews
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