São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VEÍCULOS
No primeiro semestre foram vendidas 275,83 mil unidades, diz a Abraciclo; setor prevê vender 1 milhão em quatro anos
Vendas de motos batem novos recordes

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca se vendeu tantas motos no Brasil. A enorme procura desses veículos por motoboys, os garotos de entrega de encomendas nas grandes cidades, e dos mototáxis, rapazes que levam na garupa passageiros, foi uma dos motivos que levaram as vendas do primeiro semestre deste ano a atingir o recorde histórico de 275,83 mil unidades.
O desempenho, segundo dados da Abraciclo (associação dos fabricantes de motos), é 23,7% maior que as vendas do mesmo período de 99. Motivos para tanto sucesso não faltam. O preço médio desse tipo de veículo fica em torno de R$ 3.000 -cerca de um quarto do valor dos carros mais baratos no Brasil.
A demanda por mobilidade d "Estamos batendo recorde sobre recorde. Os meses de fevereiro, abril e maio registraram vendas sucessivamente maiores", diz o secretário-executivo da entidade, Jorge Ubirajara Proença
Junho só não superou as marcas devido aos feriados e às vésperas das férias, quando as pessoas já têm planejados seus gastos de viagem", disse Proença. No mês passado, foram vendidas 46,08 mil motos, contra 53,06 mil em maio.
Outro motivo que tem facilitado as vendas das motocicletas são os consórcios. Em alguns modelos, o sistema de compra em parcelas, com sorteio mensal de unidades para os participantes, chega a representar 60% dos negócios. "Isso facilita muito. O cliente paga uma parcela de R$ 50 todos os meses e pode ter uma moto em pouco tempo", lembrou Proença.
Uma mão na roda para um país onde a renda "per capita" é baixíssima.

População motorizada
Para ter uma idéia da febre de procura por motocicletas, estimativas do setor apontam que somente na Grande São Paulo existam 160 mil motoboys.
Os garotos podem não ser a felicidade dos motoristas de carros, que se sentem ameaçados por uma legião de motoqueiros que passa em alta velocidade entre as filas de automóveis no trânsito. Mas os industriais do setor são só sorrisos para essa clientela.
A demanda por motos é tamanha que a Abraciclo prevê que o ano feche com o recorde de 500 mil unidades vendidas, contra 441,53 mil de 99 e dos 460,12 mil de 98.
Nada mal em comparação com os problemas que a indústria de automóveis enfrenta no Brasil. Depois dos inéditos 2 milhões de carros vendidos em 1997, o setor sofreu um baque com a saturação das compras a prazo e com a desvalorização do real. Para este ano, a expectativa das montadoras é fechar com vendas em torno de 1,5 milhão de unidades.
Caso esses números se concretizem, as motocicletas vão passar a representar um quarto das vendas de veículos destinados basicamente para passageiros no país. Mas a indústria de motos sonha alto, muito alto. Dentro de quatro anos, quer atingir a marca anual de 1 milhão de unidades vendidas.


Texto Anterior: Emprego ainda cresce por seis meses, diz CNI
Próximo Texto: Indústria coreana se instalará no país
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.