São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIZINHO

Segundo o governo, índice caiu de 55% da população em 2002, auge da crise, para 46% no primeiro trimestre deste ano

Argentina reduz nível de pobreza no país

Marcos Brindicci - 27.jan.04/Reuters
Grupo de crianças em uma das 22 favelas de Buenos Aires; governo anunciou redução da pobreza


CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, anunciou que o número de pobres no país baixou de 55% da população, em outubro de 2002 -auge da crise econômica-, para 46% no primeiro trimestre deste ano. No período, a proporção de indigentes caiu de 26% para 16%.
Segundo o ministro, atualmente há cerca de 15,4 milhões de pobres na Argentina, dos quais 5,4 milhões são indigentes. A crise econômica deflagrada pelo fim do regime de câmbio fixo, em 2002, dobrou o número de pobres no país, cujas estatísticas sobre pobreza estavam entre as melhores da América Latina.
Lavagna atribuiu a melhora nos índices à diminuição do desemprego e ao programa Chefes e Chefas de Lar, que distribui mensalmente 150 pesos (valor equivalente em reais) a 1,8 milhão de argentinos.
"É um resultado importante, mas ainda falta muito por fazer, já que ainda é alto o número de compatriotas que estão em situação difícil", disse o ministro. De acordo com o governo, o desemprego baixou de 24% em 2002 para 14,4% no primeiro semestre deste ano.
No entanto, estão incluídos nos 14,4% os desocupados que recebem o benefício de 150 pesos. De acordo com o economista do trabalho Ernesto Kritz, se considerado esse grupo, o desemprego sobe para cerca de 20%.
Kritz diz que os números anunciados pelo governo são projeções, já que o levantamento, feito pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos), não inclui todas as cidades. Embora estejam contabilizadas como empregadas, as pessoas que recebem o plano social estão abaixo da linha de pobreza. O valor do benefício é menor do que o salário mínimo, de 350 pesos, e da cesta básica.
Segundo o Indec, são incluídos na estatística de indigência os que possuem renda igual ou inferior a 106,88 pesos, valor da cesta básica de alimentação. Se a renda for inferior ao preço da cesta básica ampliada (que inclui roupas, transporte, educação e saúde), de 234,08 pesos, a pessoa é incluída na estatística de pobreza.
No ano passado, a economia argentina cresceu 8,7%. Neste ano, Lavagna calcula uma expansão de 6% da economia, e o presidente do banco central, Prat Gay, estima um aumento de 8%. Embora a atividade industrial tenha crescido cerca de 4% no ano, 78,3% das empresas não pretendem fazer novas contratações, diz o Indec.


Texto Anterior: O vaivém das commodities
Próximo Texto: FMI admite erros, mas governo quer compensações
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.