|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LIVRE COMÉRCIO
Tratado EUA-América Central poderia ser votado nesta madrugada no Congresso; açúcar brasileiro seria beneficiado
Bush realiza últimos esforços pelo Cafta
DA REDAÇÃO
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi ao Congresso norte-americano pedir
pessoalmente aos republicanos
que votassem ontem à noite o
Cafta-DR (Acordo de Livre Comércio da América Central e República Dominicana), tratado que
gerou uma batalha política com a
minoria democrata.
O debate no Congresso começou ontem, e os republicanos esperavam que fosse votado por
volta da meia-noite ou durante a
madrugada de hoje.
"A votação começará quando
tivermos 218 [de um total de 435
deputados]", disse o líder dos republicanos na Câmara, Tom DeLay, referindo-se à quantidade de
votos necessários para que o projeto seja aprovado.
Bush e seu vice-presidente, Dick
Cheney, reuniram-se com os republicanos por mais de uma hora
e saíram do Congresso sem fazer
declarações à imprensa.
O Cafta já foi aprovado pelo Senado dos EUA em 30 de junho
por 54 votos a 45. Na Câmara de
Representantes, contudo, a batalha tende a ser complicada. Além
de existir uma oposição quase em
bloco constituída pelos democratas (apenas seis deles anunciaram
publicamente que votarão a favor
do tratado), estima-se haver mais
de 20 republicanos contra a aprovação do acordo. Entre eles, representantes de Estados com indústria têxtil e produtores de açúcar, que se opõem ao acordo por
temor de que provoque perda de
empregos nesses setores.
A batalha política entre representantes do Partido Democrata e
do Partido Republicano fez do
Cafta o acordo mais polêmico que
chega ao Congresso em mais de
uma década.
A não-aprovação do Cafta representaria um forte golpe para
Bush e sua agenda de livre comércio. Apesar de sua retórica protecionista, o Congresso norte-americano não rechaçou nenhum
acordo comercial em quase 40
anos.
O Cafta envolve, além dos EUA,
Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Guatemala e República Dominicana. Apesar de o
Brasil não participar diretamente
do Cafta, a aprovação do tratado
poderia beneficiar o país, pois o
açúcar brasileiro ganharia competitividade com a eventual eliminação de cotas de importação ao
produto nos EUA.
Texto Anterior: Mercado financeiro: Após forte oscilação, dólar recua 0,45% Próximo Texto: O vaivém das commodities Índice
|