São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2005

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LIVRE COMÉRCIO

Tratado EUA-América Central poderia ser votado nesta madrugada no Congresso; açúcar brasileiro seria beneficiado

Bush realiza últimos esforços pelo Cafta

DA REDAÇÃO

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi ao Congresso norte-americano pedir pessoalmente aos republicanos que votassem ontem à noite o Cafta-DR (Acordo de Livre Comércio da América Central e República Dominicana), tratado que gerou uma batalha política com a minoria democrata.
O debate no Congresso começou ontem, e os republicanos esperavam que fosse votado por volta da meia-noite ou durante a madrugada de hoje.
"A votação começará quando tivermos 218 [de um total de 435 deputados]", disse o líder dos republicanos na Câmara, Tom DeLay, referindo-se à quantidade de votos necessários para que o projeto seja aprovado.
Bush e seu vice-presidente, Dick Cheney, reuniram-se com os republicanos por mais de uma hora e saíram do Congresso sem fazer declarações à imprensa.
O Cafta já foi aprovado pelo Senado dos EUA em 30 de junho por 54 votos a 45. Na Câmara de Representantes, contudo, a batalha tende a ser complicada. Além de existir uma oposição quase em bloco constituída pelos democratas (apenas seis deles anunciaram publicamente que votarão a favor do tratado), estima-se haver mais de 20 republicanos contra a aprovação do acordo. Entre eles, representantes de Estados com indústria têxtil e produtores de açúcar, que se opõem ao acordo por temor de que provoque perda de empregos nesses setores.
A batalha política entre representantes do Partido Democrata e do Partido Republicano fez do Cafta o acordo mais polêmico que chega ao Congresso em mais de uma década.
A não-aprovação do Cafta representaria um forte golpe para Bush e sua agenda de livre comércio. Apesar de sua retórica protecionista, o Congresso norte-americano não rechaçou nenhum acordo comercial em quase 40 anos.
O Cafta envolve, além dos EUA, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Guatemala e República Dominicana. Apesar de o Brasil não participar diretamente do Cafta, a aprovação do tratado poderia beneficiar o país, pois o açúcar brasileiro ganharia competitividade com a eventual eliminação de cotas de importação ao produto nos EUA.


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