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EUA serão "flexíveis" em subsídios, diz Bush
No Congresso americano, senador pede saída do Brasil de sistema de preferências
México também critica brasileiros e diz que país foi culpado por paralisação da Rodada Doha; Lamy pede fim de "jogo da culpa"
DA REDAÇÃO
O presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush, falou
ontem sobre a Rodada Doha de
liberalização do comércio, que
está paralisada, pedindo concessões de outros países para
destravar as negociações.
"Eu creio nas relações comerciais. Mas também creio
em relações comerciais que
abram os mercados de outros
países como nós abrimos o nosso, isso é o que eu apóio", disse.
Bush disse que pediu a Susan
Schwab, representante comercial dos EUA, que visitará o
Brasil neste final de semana para tentar destravar a rodada,
que mostre "flexibilidade".
"Ela deve participar de reuniões com um espírito flexível,
particularmente no que diz respeito a nossos subsídios agrícolas", afirmou o presidente.
O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, também fez
um apelo para que os países da
organização parem de culpar
uns aos outros pelo fracasso
das negociações.
"Eu pediria a todos os membros que evitem o famoso "jogo
da culpa" e, em vez disso, usem
esse período de reflexão para
uma reflexão séria e sóbria do
que está em jogo aqui", disse.
Os EUA e a UE têm trocado
acusações sobre a rodada. A UE
diz que os EUA são culpados
pelo fracasso porque não cederam, enquanto os EUA dizem
que negociariam mais concessões se houvesse propostas.
Críticas ao Brasil
Apesar da promessa de Bush
de flexibilidade nas negociações, o presidente enfrenta resistência a maiores concessões
do Congresso de seu país.
O senador republicano de Iowa (região produtora de milho)
Charles Grassley, do comitê de
finanças do Senado, disse ontem que os EUA deveria cancelar o SGP (Sistema Geral de
Preferências) para países como
Brasil e Índia. Esse mecanismo
permite que países exportem
produtos sem taxas aos EUA.
"Por que deveríamos continuar dando tratamento preferencial e especialmente a países como Índia e Brasil, que
usam a maior parte do SGP?"
Ele defende que os países
percam o direito ao sistema
porque não quiseram abrir seus
mercados a produtos industriais e serviços dos Estados
Unidos. "Neste momento, nada
de renovação do SGP. Se eu
mudar de idéia, com certeza
não vou incluir o Brasil e a Índia", afirmou o senador.
O chanceler mexicano, Luiz
Ernesto Derbez, criticou ontem a posição do Brasil na rodada. "A posição que o Brasil defendeu fez com que não avançássemos. Foram eles que, até
certo ponto, levaram a uma posição que, infelizmente, não ganhou nem obteve resultados."
Com agências internacionais
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