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Economia dos EUA se acelera no 2º trimestre
Com menos déficit e mais investimento, país cresce 3,4%, maior taxa desde 1º tri de 2006
Para presidente Bush, "forte"
economia mundial ajudou
resultado, pois produtores
americanos conseguiram exportar mais no período
JEREMY W. PETERS
DO "NEW YORK TIMES"
A economia dos Estados Unidos se recuperou da acentuada
desaceleração do início do ano
e cresceu em ritmo mais acentuado no segundo trimestre,
devido a melhoras no déficit
comercial e a investimento empresarial mais forte.
O Departamento do Comércio disse ontem que o PIB (Produto Interno Bruto) avançou
3,4% entre abril e junho na taxa
anualizada -maior índice desde o primeiro trimestre de
2006. No primeiro trimestre, o
crescimento foi de 0,6%, o mais
lento em mais de quatro anos.
Vários fatores permitiram a
expansão no segundo trimestre, o que deu uma composição
bastante variada à economia.
Os gastos do governo e das empresas no período, como a aquisição de softwares e equipamentos industriais, cresceram
em ritmo muito superior ao do
trimestre anterior.
A balança comercial também
mudou. No segundo trimestre,
as exportações cresceram em
6,4%, ante apenas 1,1% no primeiro trimestre. E as importações caíram 2,6%, depois do
avanço de 3,9% registrado no
período anterior. A ampliação
do déficit comercial reduz o
crescimento. Mas no segundo
trimestre os resultados do comércio serviram para estimular a economia, acrescentando
1,2 ponto percentual ao PIB.
Um fator importante para
manter a economia aquecida
nos próximos meses apresentou desempenho inferior ao esperado no segundo trimestre: o
consumo pessoal, que avançou
apenas 1,3%, ante 3,7% no primeiro trimestre.
Superficialmente, uma alta
de 3,4% no PIB representa um
número saudável. Os economistas consideram que uma expansão de 3% signifique plena
realização do potencial econômico. Mas alguns observadores
apontaram que o fator que fez
com que o segundo trimestre
parecesse tão saudável -a expansão do investimento empresarial- não se sustentará ao
longo do resto do ano. Sem
avanços mais fortes do consumo interno, que responde por
70% do PIB, a expansão deve
ser discreta.
Pelo resto do ano, muitos
economistas consideram que a
economia deva se expandir em
ritmo um pouco abaixo da média. Não tão baixo quanto o do
primeiro trimestre, mas inferior ao do segundo. Eles acham
provável que o segundo trimestre seja o ponto alto do ano.
Economia mundial "forte"
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse que um dos
principais motivos para o avanço de 3,4% foi o fato de a economia mundial estar "forte", o
que "beneficiou" as exportações do país.
"Em outras palavras, os produtores norte-americanos encontraram mercados no exterior para nossos produtos, itens
cultivados ou feitos aqui. E, ao
vender esses produtos lá fora,
contribuíram para o forte crescimento do segundo trimestre", afirmou Bush.
Já o secretário do Tesouro,
Henry Paulson, afirmou que a
crise no mercado imobiliário,
um dos principais problemas
da economia americana, está
"em grande parte contida", mas
que o setor levará ainda algum
tempo para "reencontrar o seu
caminho".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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