São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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Economia dos EUA se acelera no 2º trimestre

Com menos déficit e mais investimento, país cresce 3,4%, maior taxa desde 1º tri de 2006

Para presidente Bush, "forte" economia mundial ajudou resultado, pois produtores americanos conseguiram exportar mais no período

JEREMY W. PETERS
DO "NEW YORK TIMES"

A economia dos Estados Unidos se recuperou da acentuada desaceleração do início do ano e cresceu em ritmo mais acentuado no segundo trimestre, devido a melhoras no déficit comercial e a investimento empresarial mais forte. O Departamento do Comércio disse ontem que o PIB (Produto Interno Bruto) avançou 3,4% entre abril e junho na taxa anualizada -maior índice desde o primeiro trimestre de 2006. No primeiro trimestre, o crescimento foi de 0,6%, o mais lento em mais de quatro anos.
Vários fatores permitiram a expansão no segundo trimestre, o que deu uma composição bastante variada à economia. Os gastos do governo e das empresas no período, como a aquisição de softwares e equipamentos industriais, cresceram em ritmo muito superior ao do trimestre anterior.
A balança comercial também mudou. No segundo trimestre, as exportações cresceram em 6,4%, ante apenas 1,1% no primeiro trimestre. E as importações caíram 2,6%, depois do avanço de 3,9% registrado no período anterior. A ampliação do déficit comercial reduz o crescimento. Mas no segundo trimestre os resultados do comércio serviram para estimular a economia, acrescentando 1,2 ponto percentual ao PIB.
Um fator importante para manter a economia aquecida nos próximos meses apresentou desempenho inferior ao esperado no segundo trimestre: o consumo pessoal, que avançou apenas 1,3%, ante 3,7% no primeiro trimestre.
Superficialmente, uma alta de 3,4% no PIB representa um número saudável. Os economistas consideram que uma expansão de 3% signifique plena realização do potencial econômico. Mas alguns observadores apontaram que o fator que fez com que o segundo trimestre parecesse tão saudável -a expansão do investimento empresarial- não se sustentará ao longo do resto do ano. Sem avanços mais fortes do consumo interno, que responde por 70% do PIB, a expansão deve ser discreta. Pelo resto do ano, muitos economistas consideram que a economia deva se expandir em ritmo um pouco abaixo da média. Não tão baixo quanto o do primeiro trimestre, mas inferior ao do segundo. Eles acham provável que o segundo trimestre seja o ponto alto do ano.

Economia mundial "forte"
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse que um dos principais motivos para o avanço de 3,4% foi o fato de a economia mundial estar "forte", o que "beneficiou" as exportações do país. "Em outras palavras, os produtores norte-americanos encontraram mercados no exterior para nossos produtos, itens cultivados ou feitos aqui. E, ao vender esses produtos lá fora, contribuíram para o forte crescimento do segundo trimestre", afirmou Bush. Já o secretário do Tesouro, Henry Paulson, afirmou que a crise no mercado imobiliário, um dos principais problemas da economia americana, está "em grande parte contida", mas que o setor levará ainda algum tempo para "reencontrar o seu caminho".


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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