São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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Ata do Copom é aguardada com interesse pelo mercado

Dados dos EUA de emprego e de PIB estão na agenda

DA REPORTAGEM LOCAL

Após o Copom (Comitê de Política Monetária) surpreender o mercado financeiro e elevar a taxa básica Selic de 12,25% para 13% anuais, é grande a expectativa de analistas e investidores em torno da ata que explicará as razões para o aumento dos juros.
Na quinta-feira, o Banco Central apresentará a ata de sua última reunião. O documento trará detalhes sobre os motivos que fizeram os dirigentes do Copom elevarem a taxa básica em 0,75 ponto e não em 0,50 ponto percentual, como esperava a maioria do mercado financeiro.
Hoje a pesquisa semanal Focus do Banco Central, realizada com cem instituições financeiras, deve trazer os ajustes feitos após a decisão do Copom. Uma semana atrás a expectativa era que a taxa Selic estivesse em 14,25% no final deste ano. Essa projeção deve ter subido, sendo que há analistas que já falam em Selic a 15% anuais em dezembro.
A quarta-feira será um dia também relevante para o mercado, pois vai ser divulgado o resultado do IGP-M de julho. A expectativa é que a taxa de inflação ainda fique elevada, em torno de 1,83%, mas abaixo do registrado no mês anterior, quando ficou em 1,98%.
"O Copom elevou a taxa básica em 0,75 ponto após as duas decisões anteriores de alta de 0,5 ponto. Essa decisão veio em linha com o que esperávamos, mas surpreendeu a maioria dos analistas. Detalhes sobre as razões que motivaram os oito integrantes do Comitê a acelerar o passo do aperto monetário só serão conhecidos na próxima quinta, data em que será divulgada a ata da reunião", avalia a equipe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.
"Acreditamos que a deterioração das expectativas tenha exercido papel relevante na decisão tomada."
A ameaça inflacionária pesou na decisão do Banco Central em reforçar o ajuste monetário. Com os riscos de a inflação romper o teto da meta oficial, o BC optou por elevar a Selic de forma mais expressiva.
Para a Bolsa de Valores de São Paulo, a intensificação do processo de alta dos juros é uma má notícia, neste período de forte instabilidade no mercado acionário. Na semana passada, a Bovespa voltou ao patamar dos 57 mil pontos, o que representa seu mais baixo nível desde janeiro.
Nos períodos de juros em alta, os investidores ficam tentados em sair do mercado acionário e migrar para aplicações que pagam juros, como CDBs e fundos de renda fixa e DI.
"A semana será balanceada entre eventos no Brasil e no exterior", afirma Marco Sara- valle, analista da corretora Coinvalores.
Nos Estados Unidos, a quinta e a sexta serão dias de agenda mais intensa. Na quinta, será divulgada a prévia do PIB norte-americano do segundo trimestre, além dos dados mais recentes sobre os pedidos de seguro-desemprego.
E na sexta-feira, os americanos irão conhecer os dados do mercado de trabalho em julho. Para a taxa de desemprego, é esperado aumento de 5,5% para 5,6%. Dados sobre gastos com construção e vendas de veículos nos Estados Unidos também vão ser apresentados nesse dia.
"Na quarta, teremos também nos EUA a divulgação dos estoques de petróleo. Na sexta, é dia do índice ISM, que deverá mostrar o sentimento dos gerentes de compra de diversas indústrias norte-americanas, e também do "payroll", o relatório de emprego norte-americano, que deverá apresentar certa piora em relação à divulgação anterior", diz Saravalle.


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