São Paulo, terça-feira, 28 de julho de 2009

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Ásia puxa a recuperação do comércio global, diz pesquisa

Volume dos negócios entre países recua 8,4% em 12 meses, calcula instituto

Desempenho dos países latino-americanos também melhora; em três meses, queda nas exportações passa de 6,9% para 3,2%

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

O comércio mundial continua a desabar, mas dá sinais de estabilização, sobretudo na Ásia, segundo relatório mensal do respeitado Escritório de Análise Econômico da Holanda (CPB, na sigla original).
A oscilação dos fluxos de comércio tem sido acompanhada como um barômetro da crise mundial, mas as notícias não têm sido boas. Na semana passada, a OMC (Organização Mundial do Comércio) calculou que o comércio global terá contração de 10% em 2009, a maior em 70 anos.
Os dados do instituto holandês confirmam a forte tendência de queda. Nos 12 meses até maio de 2009, o volume de comércio foi 8,4% menor que no ano anterior, registrando piora em relação ao mês anterior. Nos 12 meses até abril, a queda havia sido de 6,4%.
O estudo holandês deixa claro que o encolhimento do comércio continua de forma acentuada, mas não uniforme. "Nenhuma região ainda mostrou um impulso positivo, mas a Ásia está perto da estabilização", diz o relatório.
Depois de cair 13,4% nos 12 meses até fevereiro, em maio o volume de exportações dos emergentes asiáticos parou de recuar, segundo o CPB.
Na semana passada a OMC havia apontado a Ásia como a região que deve puxar a recuperação do comércio global e estimou que neste ano a China possa superar a Alemanha como o maior exportador do mundo.
Na comparação anual até maio, os latino-americanos também melhoraram seu desempenho, de acordo com o CPB: em fevereiro, a queda das exportações era de 6,9%; em maio foi de 3,2%.
Em termos globais, a desaceleração do comércio também parece ter freado nos últimos meses. O caso mais evidente foi o do Japão, cuja queda em termos anuais atingiu 2,3% em maio, após mergulhar a dramáticos 29,5% em fevereiro. Nos Estados Unidos também houve melhora significativa: de um declínio de 12,6% em fevereiro, para um de 4,3% em maio.
Para o CPB, cujos dados são usados pelo Banco Mundial e pela Comissão Europeia, uma outra comparação mostra sinais de alento para o comércio: entre janeiro e maio deste ano, a queda acumulada foi de 2,3%; no período de novembro a janeiro, o tombo foi de 16,8%.


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