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Ministro diz aprovar
mudança no Simples
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou que, se dependesse dele, o
governo aceitaria a mudança feita
na "MP do Bem" que dobrou o faturamento das micro e pequenas
empresas enquadrado no Simples
-sistema que substitui seis tributos federais por um único, com
alíquota variando de 3% a 8,6%,
dependendo do setor e do porte
da empresa.
"Sou a favor. Agora, entre ser a
favor e ser possível, é diferente."
Pela alteração aprovada, são
consideradas microempresas
aquelas com receita bruta anual
de até R$ 240 mil, e pequenas, até
R$ 2,4 milhões. A perda de receita
é calculada pelos governistas em
R$ 1,7 bilhão ao ano. A medida foi
aprovada pela Câmara na semana
passada. Agora, vai ao Senado,
onde pode ser revista.
Furlan, que viaja na segunda
quinzena de setembro para China, defende a regulamentação das
salvaguardas contra importações
de produtos chineses. Mas disse
que sua disposição é atender o pedido do seu colega chinês, ministro Bo Xilai, e tentar acertar um limite nas importações de forma
negociada. Leia a seguir a continuação da entrevista.
Folha - O sr. é a favor da mudança
feita na "MP do Bem", que dobrou
o valor do faturamento para as micro e pequenas empresas se enquadrarem no regime de tributação do
Simples, que permite que elas paguem menos impostos?
Furlan - Eu sou a favor. Agora,
entre ser a favor e ser possível, é
diferente. Acho justo, afinal está
há vários anos num patamar que
precisa ser ajustado. Agora, a convergência e o espaço no orçamento são uma questão da Fazenda.
Folha - As importações estão
crescendo e algumas acabam sendo prejudiciais, como as que vêm
da China no setor têxtil. O senhor
vai negociar limites de importação
com a China?
Furlan - Essa foi uma proposta
do meu colega chinês. Ele propõe
um autocontingenciamento antes
de o Brasil tomar uma decisão de
aplicação de salvaguardas.
Folha - Não é uma tática deles para ganhar tempo? Afinal, desde
que o Brasil reconheceu a China como economia de mercado, o país
não teve muita vantagem com isso.
Veja o episódio da soja, em que
eles criaram barreiras para entrada
do produto brasileiro.
Furlan - Mas isso não passou pelo ministro do Comércio, foi por
causa de uma questão sanitária.
Mas nós vamos lá negociar.
Folha - Essa negociação dispensaria as salvaguardas?
Furlan - Eu acho necessário regulamentar as salvaguardas.
Folha - O setor empresarial tem
reclamado da demora da regulamentação.
Furlan - E tem certa razão, pois a
gente poderia ter feito isso antes.
Folha - Por que não foi?
Furlan - Os ministérios têm opiniões, e o estilo de governo do
presidente Lula é o da negociação.
Mas nós esperamos que seja definido brevemente, preferencialmente antes da minha viagem à
China, na segunda quinzena de
setembro.
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