São Paulo, domingo, 28 de agosto de 2005

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Ovelha rende 5 vezes mais que boi

DA REDAÇÃO

Uma das grandes atrações dos projetos de ovinocultura é o bom retorno econômico, o que viabiliza investimentos em áreas valorizadas próximas dos grandes centros urbanos.
Para o presidente da ABCO (Associação Brasileira de Criadores de Ovinos), Paulo Afonso Schwab, a ovinocultura é, no momento, uma das atividades que mais rendem no agronegócio. Com um projeto na região de Campinas (SP), Valdomiro Poliselli Júnior diz que as comparações não deixam dúvidas sobre as vantagens do setor.
Em um hectare de terra pode-se colocar uma vaca comercial inseminada. A gestação dura nove meses, e a desmama, mais sete. Ou seja, 16 meses depois o pecuarista poderá vender o bezerro por R$ 400.
Na mesma área, pode-se colocar também dez ovelhas inseminadas, que vão gerar uma média de 13 cordeiros em cinco meses. Esses cordeiros podem ser abatidos três meses depois, com 30 quilos cada um (390 quilos ao total), ao preço de R$ 3,10 por quilo. Em oito meses, o retorno é de R$ 1.209. Em 16 meses, os ganhos acumulados seriam de R$ 2.418, cinco vezes mais que na pecuária.
Esse foi o mesmo motivo que levou Oswaldo Athia Filho, proprietário de uma área que, segundo ele, "está praticamente dentro da cidade", a montar o Projeto Cordeiro Brasileiro, uma parceria de criação na região de Presidente Prudente (SP).
O projeto, que envolve 62 municípios em um raio de 200 quilômetros de Presidente Prudente, inclui um frigorífico, com capacidade para abater até 400 cordeiros por dia, uma central de produção e uma central de treinamento para os integrados.

Investidores
Assim como Poliselli e Athia, vários outros investidores estão optando pela ovinocultura nos arredores de São Paulo. Entre eles, está o cantor Chitãozinho, da dupla Chitãozinho e Xororó. Com uma propriedade também na região de Campinas, optou pelas raças Dorper e Santa Inês.
Outros paulistas, no entanto, buscam investimentos em áreas fora de São Paulo. É o caso do pecuarista Luiz Eduardo Batalha, que se instalou em Pinheiro Machado, tradicional região de ovinos do sul do Rio Grande do Sul.
Fábio Schlick, da Emater/RS, destaca que, enquanto os projetos no Sul são familiares, os de São Paulo e do Centro-Oeste são feitos com fortes bases empresariais. João Paulo Garcia, também da Emater/RS, afirma que os grandes projetos vão acabar indo para o centro do país.
Para o presidente da ABCO, não há uma receita exclusiva de crescimento para o país, devido às diferentes condições de cada região. Uma coisa é certa, diz ele: "Os criadores estão dominando cada vez mais o manejo e tendo mais informações sobre a atividade, o que resulta em melhora da raça e do tamanho da carcaça do animal e maior organização da cadeia".


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