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Ovelha rende 5 vezes mais que boi
DA REDAÇÃO
Uma das grandes atrações dos
projetos de ovinocultura é o bom
retorno econômico, o que viabiliza investimentos em áreas valorizadas próximas dos grandes centros urbanos.
Para o presidente da ABCO (Associação Brasileira de Criadores
de Ovinos), Paulo Afonso
Schwab, a ovinocultura é, no momento, uma das atividades que
mais rendem no agronegócio.
Com um projeto na região de
Campinas (SP), Valdomiro Poliselli Júnior diz que as comparações não deixam dúvidas sobre as
vantagens do setor.
Em um hectare de terra pode-se
colocar uma vaca comercial inseminada. A gestação dura nove
meses, e a desmama, mais sete.
Ou seja, 16 meses depois o pecuarista poderá vender o bezerro por
R$ 400.
Na mesma área, pode-se colocar também dez ovelhas inseminadas, que vão gerar uma média
de 13 cordeiros em cinco meses.
Esses cordeiros podem ser abatidos três meses depois, com 30
quilos cada um (390 quilos ao total), ao preço de R$ 3,10 por quilo.
Em oito meses, o retorno é de R$
1.209. Em 16 meses, os ganhos
acumulados seriam de R$ 2.418,
cinco vezes mais que na pecuária.
Esse foi o mesmo motivo que levou Oswaldo Athia Filho, proprietário de uma área que, segundo ele, "está praticamente dentro
da cidade", a montar o Projeto
Cordeiro Brasileiro, uma parceria
de criação na região de Presidente
Prudente (SP).
O projeto, que envolve 62 municípios em um raio de 200 quilômetros de Presidente Prudente,
inclui um frigorífico, com capacidade para abater até 400 cordeiros
por dia, uma central de produção
e uma central de treinamento para os integrados.
Investidores
Assim como Poliselli e Athia,
vários outros investidores estão
optando pela ovinocultura nos
arredores de São Paulo. Entre
eles, está o cantor Chitãozinho, da
dupla Chitãozinho e Xororó.
Com uma propriedade também
na região de Campinas, optou pelas raças Dorper e Santa Inês.
Outros paulistas, no entanto,
buscam investimentos em áreas
fora de São Paulo. É o caso do pecuarista Luiz Eduardo Batalha,
que se instalou em Pinheiro Machado, tradicional região de ovinos do sul do Rio Grande do Sul.
Fábio Schlick, da Emater/RS,
destaca que, enquanto os projetos
no Sul são familiares, os de São
Paulo e do Centro-Oeste são feitos com fortes bases empresariais.
João Paulo Garcia, também da
Emater/RS, afirma que os grandes
projetos vão acabar indo para o
centro do país.
Para o presidente da ABCO, não
há uma receita exclusiva de crescimento para o país, devido às diferentes condições de cada região.
Uma coisa é certa, diz ele: "Os
criadores estão dominando cada
vez mais o manejo e tendo mais
informações sobre a atividade, o
que resulta em melhora da raça e
do tamanho da carcaça do animal
e maior organização da cadeia".
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