São Paulo, terça-feira, 28 de agosto de 2007

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Bolsa chega a 7º pregão seguido de alta

Mas volume financeiro fica 40% abaixo da média do ano; investidores aguardam dados e eventos econômicos na semana

Vale e Telemar sobem e impulsionam alta do dia; dólar encerra operações cotado a R$ 1,951, com pequeno aumento de 0,36%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores voltaram do fim de semana em ritmo lento. Oscilações tímidas e volume de negócios abaixo da média marcaram os pregões de ontem. Mesmo assim, a Bovespa alcançou seu sétimo pregão seguido de alta, ao ganhar mais 0,15%.
O volume financeiro movimentado ontem na Bolsa de Valores de São Paulo ilustra bem a apatia do mercado: foram girados R$ 2,752 bilhões, cifra cerca de 40% inferior à média diária do ano.
Os negócios tendem a recuperar fôlego a partir de hoje, com os investidores atentos a uma bateria de eventos econômicos até sexta-feira. Hoje haverá a divulgação da ata da última reunião do Fomc (o comitê do BC americano que define os juros do país). Na agenda de sexta, está o evento mais esperado da semana, que é o discurso de Ben Bernanke, presidente do BC dos EUA, que abordará a crise imobiliária.
A apresentação ontem de dados de venda de casas usadas nos EUA, que mostrou queda de 0,2% em julho, acabou segurando a recuperação das Bolsas norte-americanas. O que teme-se agora é que a elevação na oferta e o desaquecimento do setor façam com que os imóveis se desvalorizem muito.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,42% ontem. A Nasdaq caiu 0,60%.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,939. Mas terminou as operações a R$ 1,951 (alta de 0,36% diante do real).
A pesquisa semanal feita pelo Banco Central com cem instituições financeiras, divulgada na manhã de ontem, mostrou que a previsão é a de que o dólar estará a R$ 1,90 no fim do ano. Ou seja, apesar do atual período turbulento, os bancos não projetam que a moeda norte-americana seguirá pressionada nos próximos meses.
O risco-país fechou estável, aos 200 pontos.
O que ajudou a Bovespa a fechar em terreno positivo ontem foi a valorização das ações da Vale do Rio Doce (2,51% para as ordinárias, e 1,59% para as preferenciais "A").
As ações ordinárias da Telemar também se destacaram, com alta de 4,6%. Ontem a Telemar Participações enviou comunicado à Bovespa por meio do qual negou os recentes boatos de que a empresa poderia estar negociando fusões ou aquisições de outras teles.
Após sete altas seguidas, na qual acumulou valorização de 10,54%, a Bolsa paulista pode encontrar um pouco mais de dificuldades para manter a seqüência de ganhos. Para voltar a seu pico -os 58.124 pontos registrados no dia 19 de julho-, a Bovespa precisa subir 9,15%.
No acumulado deste mês, o índice Ibovespa, que reúne as 60 ações mais negociadas do mercado acionário brasileiro, ainda está no vermelho, com baixa de 2,04%. No ano, a Bolsa voltou a ser a melhor opção de investimento, com valorização de 19,35%.
"Para esta semana, a agenda está repleta de indicadores e eventos importantes, principalmente nos EUA. Os mercados, além de um acompanhamento atento desses eventos e indicadores, ainda estarão muito sensíveis a novas informações que envolvam a crise do setor de hipotecas, bem como a seus desdobramentos", afirma Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
O setor de financiamento imobiliário de alto risco nos Estados Unidos começou a dar sinais mais preocupantes de crise de solvência na última semana de julho. Desde então, os investidores passaram a temer que essa crise localizada contaminasse o desempenho de fundos e bancos, que compraram títulos da dívida imobiliária norte-americana.


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