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Bolsa chega a 7º pregão seguido de alta
Mas volume financeiro fica 40% abaixo da média do ano; investidores aguardam dados e eventos econômicos na semana
Vale e Telemar sobem e impulsionam alta do dia; dólar encerra operações cotado a R$ 1,951, com pequeno aumento de 0,36%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores voltaram do
fim de semana em ritmo lento.
Oscilações tímidas e volume de
negócios abaixo da média marcaram os pregões de ontem.
Mesmo assim, a Bovespa alcançou seu sétimo pregão seguido
de alta, ao ganhar mais 0,15%.
O volume financeiro movimentado ontem na Bolsa de
Valores de São Paulo ilustra
bem a apatia do mercado: foram girados R$ 2,752 bilhões,
cifra cerca de 40% inferior à
média diária do ano.
Os negócios tendem a recuperar fôlego a partir de hoje,
com os investidores atentos a
uma bateria de eventos econômicos até sexta-feira. Hoje haverá a divulgação da ata da última reunião do Fomc (o comitê
do BC americano que define os
juros do país). Na agenda de
sexta, está o evento mais esperado da semana, que é o discurso de Ben Bernanke, presidente
do BC dos EUA, que abordará a
crise imobiliária.
A apresentação ontem de dados de venda de casas usadas
nos EUA, que mostrou queda
de 0,2% em julho, acabou segurando a recuperação das Bolsas
norte-americanas. O que teme-se agora é que a elevação na
oferta e o desaquecimento do
setor façam com que os imóveis
se desvalorizem muito.
O índice Dow Jones, da Bolsa
de Nova York, recuou 0,42%
ontem. A Nasdaq caiu 0,60%.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,939. Mas terminou
as operações a R$ 1,951 (alta de
0,36% diante do real).
A pesquisa semanal feita pelo
Banco Central com cem instituições financeiras, divulgada
na manhã de ontem, mostrou
que a previsão é a de que o dólar
estará a R$ 1,90 no fim do ano.
Ou seja, apesar do atual período
turbulento, os bancos não projetam que a moeda norte-americana seguirá pressionada nos
próximos meses.
O risco-país fechou estável,
aos 200 pontos.
O que ajudou a Bovespa a fechar em terreno positivo ontem foi a valorização das ações
da Vale do Rio Doce (2,51% para as ordinárias, e 1,59% para as
preferenciais "A").
As ações ordinárias da Telemar também se destacaram,
com alta de 4,6%. Ontem a Telemar Participações enviou comunicado à Bovespa por meio
do qual negou os recentes boatos de que a empresa poderia
estar negociando fusões ou
aquisições de outras teles.
Após sete altas seguidas, na
qual acumulou valorização de
10,54%, a Bolsa paulista pode
encontrar um pouco mais de
dificuldades para manter a seqüência de ganhos. Para voltar
a seu pico -os 58.124 pontos
registrados no dia 19 de julho-,
a Bovespa precisa subir 9,15%.
No acumulado deste mês, o
índice Ibovespa, que reúne as
60 ações mais negociadas do
mercado acionário brasileiro,
ainda está no vermelho, com
baixa de 2,04%. No ano, a Bolsa
voltou a ser a melhor opção de
investimento, com valorização
de 19,35%.
"Para esta semana, a agenda
está repleta de indicadores e
eventos importantes, principalmente nos EUA. Os mercados, além de um acompanhamento atento desses eventos e
indicadores, ainda estarão muito sensíveis a novas informações que envolvam a crise do
setor de hipotecas, bem como a
seus desdobramentos", afirma
Elson Teles, economista-chefe
da corretora Concórdia.
O setor de financiamento
imobiliário de alto risco nos Estados Unidos começou a dar sinais mais preocupantes de crise de solvência na última semana de julho. Desde então, os investidores passaram a temer
que essa crise localizada contaminasse o desempenho de fundos e bancos, que compraram
títulos da dívida imobiliária
norte-americana.
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