São Paulo, terça-feira, 28 de agosto de 2007

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Ibama multa siderúrgicas em R$ 254 mi

Cinco empresas no interior do Pará são acusadas pelo órgão de desmatar a floresta para a produção de ferro-gusa

Empresas punidas negam irregularidades, e recursos na Justiça impedem o pagamento da maior parte das multas lavradas

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

Cinco siderúrgicas do pólo de produção de ferro-gusa (principal componente do aço), no interior do Pará, acumulam multas aplicadas pelo Ibama que somam ao menos R$ 254 milhões. Elas se referem principalmente ao uso de carvão vegetal de origem desconhecida, ou seja, de árvores derrubadas de maneira clandestina das florestas da região.
Quatro das cinco empresas devem responder a ações civis públicas na Justiça por exploração predatória da mata. Duas delas, a Usimar e a Siderúrgica Ibérica, foram alvo de operações do Ibama que resultaram nas duas maiores apreensões de carvão vegetal clandestino no país. Em maio do ano passado, as duas ações apreenderam 61 mil m3 de carvão vegetal.
De acordo com o Ibama , as quatro empresas questionadas na Justiça adquiriram pelo menos 6,7 milhões de m3 de carvão vegetal clandestino nos últimos anos. A maior parte das multas não foi paga, segundo o Ibama, porque as empresas entram com sucessivos recursos.
O órgão calcula o índice de carvão vegetal clandestino usado nas usinas com base em estimativas que levam em conta a produção de ferro-gusa nas unidades e a quantidade de carvão usado declarado por elas.
Nas siderúrgicas autuadas, técnicos do Ibama consideraram que, com a quantia de carvão divulgada, seria impossível ter uma produção tão alta de ferro-gusa.

Outro lado
As empresas discordam do cálculo do Ibama. Segundo a Cosipar, a metodologia não leva em conta fatores como novas tecnologias que reduzem o consumo de carvão vegetal.
O diretor administrativo da Ibérica, Alberto Perdigão, diz que o órgão tenta responsabilizar o setor pelo desmatamento e que os efeitos da agropecuária são muito superiores. O departamento jurídico da Usimar também nega irregularidades.


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