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Ibama multa siderúrgicas em R$ 254 mi
Cinco empresas no interior do Pará são acusadas pelo órgão de desmatar a floresta para a produção de ferro-gusa
Empresas punidas negam irregularidades, e recursos na Justiça impedem o pagamento da maior
parte das multas lavradas
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
Cinco siderúrgicas do pólo de
produção de ferro-gusa (principal componente do aço), no interior do Pará, acumulam multas aplicadas pelo Ibama que
somam ao menos R$ 254 milhões. Elas se referem principalmente ao uso de carvão vegetal de origem desconhecida,
ou seja, de árvores derrubadas
de maneira clandestina das florestas da região.
Quatro das cinco empresas
devem responder a ações civis
públicas na Justiça por exploração predatória da mata. Duas
delas, a Usimar e a Siderúrgica
Ibérica, foram alvo de operações do Ibama que resultaram
nas duas maiores apreensões
de carvão vegetal clandestino
no país. Em maio do ano passado, as duas ações apreenderam
61 mil m3 de carvão vegetal.
De acordo com o Ibama , as
quatro empresas questionadas
na Justiça adquiriram pelo menos 6,7 milhões de m3 de carvão
vegetal clandestino nos últimos anos. A maior parte das
multas não foi paga, segundo o
Ibama, porque as empresas entram com sucessivos recursos.
O órgão calcula o índice de
carvão vegetal clandestino usado nas usinas com base em estimativas que levam em conta a
produção de ferro-gusa nas
unidades e a quantidade de carvão usado declarado por elas.
Nas siderúrgicas autuadas,
técnicos do Ibama consideraram que, com a quantia de carvão divulgada, seria impossível
ter uma produção tão alta de
ferro-gusa.
Outro lado
As empresas discordam do
cálculo do Ibama. Segundo a
Cosipar, a metodologia não leva em conta fatores como novas tecnologias que reduzem o
consumo de carvão vegetal.
O diretor administrativo da
Ibérica, Alberto Perdigão, diz
que o órgão tenta responsabilizar o setor pelo desmatamento
e que os efeitos da agropecuária
são muito superiores. O departamento jurídico da Usimar
também nega irregularidades.
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