São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Serra estuda aumento do ICMS sobre o álcool

O governador José Serra estuda a possibilidade de elevar o ICMS que incide sobre o álcool produzido no Estado, cuja alíquota foi rebaixada no governo de Geraldo Alckmin, candidato tucano a prefeito de São Paulo.
Atualmente, a alíquota do ICMS que incide sobre o álcool em São Paulo é de 12%, a mais baixa do país. Nos outros Estados, a alíquota varia de 18% a 25%. Antes de ser rebaixada, em 2003, a alíquota do imposto em São Paulo era de 25%.
A principal razão para a redução do ICMS por Alckmin foi o fato de o setor de açúcar e álcool ter garantido que a arrecadação do ICMS iria aumentar com a diminuição da sonegação. Isso não aconteceu. A arrecadação caiu R$ 1,2 bilhão.
O governo de São Paulo também não gostou do fato de os usineiros não estarem colaborando na reconstrução das estradas vicinais que sofrem com o transporte da cana.
Os caminhões de cana transportam três vezes mais peso do que os normais, o que desgasta as estradas vicinais. O governo Serra pediu a colaboração dos usineiros, mas até agora eles não se pronunciaram.
O governo de São Paulo também se mostra descontente com o fato de muitos usineiros, apesar da alíquota baixa do ICMS, investirem em outros Estados para usufruírem de outros incentivos.
O diretor técnico da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Antônio de Pádua Rodrigues, argumenta que os benefícios indiretos são muito maiores do que a diferença de arrecadação.
Segundo ele, ao propor o aumento da alíquota do ICMS para o álcool, o governo não leva em conta, por exemplo, os benefícios para São Paulo, em um mercado em que os níveis de poluição são altos.
"Falta preocupação ambiental", diz Pádua Rodrigues. "A expansão da cana-de-açúcar também movimentou a indústria de bens de capital, com a instalação de mais usinas no Estado."

ENVELOPE
As eleições estão aquecendo o mercado de adesivos em São Paulo. A Signmaker, que faz adesivos para "envelopar" veículos, registrou alta de cerca de 30% nos pedidos ante o mesmo período há dois anos. A explicação, para Fabiano Perez, além das eleições, está na corrida por mídias alternativas. "As eleições são um aumento pontual. A alta também tem relação com a Lei Cidade Limpa."

TIJOLO POR TIJOLO
O grupo Ecoesfera, que adota padrões de sustentabilidade em obras para classe média, passou de um valor geral de vendas de R$ 180 milhões em 2007 para R$ 1 bilhão neste ano. Luiz Fernando Lucho do Valle, presidente da empresa, diz que os equipamentos para aproveitar luz solar e coletar água da chuva diminuem o gasto em condomínio e isso atrai clientes. A empresa contrata operários que morem a 2 km de suas obras. Há projetos no Tatuapé, no Ipiranga e na Vila Maria, em São Paulo.

ANIVERSÁRIO
O Instituto de Economia da Unicamp realiza amanhã seminário para comemorar seus 40 anos. Guido Mantega falará sobre crise mundial, desafios e potencialidades para o Brasil. Também participam Maria da Conceição Tavares (UFRJ), Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp), Robert Guttmann (Hofstra University) e Luiz Carlos Mendonça de Barros.

LATINO
O Ibope Inteligência, braço do grupo que realiza pesquisas nas áreas de consumo e de marca, vai inaugurar neste mês sua filial na Cidade do México. Com um investimento inicial de US$ 100 mil, esse será o segundo escritório da empresa na América Latina, depois da Argentina. O próximo passo será entrar no mercado chileno.

UM "CRAQUE"
Apesar de ter tido pouco contato com Olavo Setubal, o empresário Jorge Paulo Lemann tem por ele uma grande admiração. "Foi um craque, um exemplo para o Brasil", afirmou. "Construiu um negócio sólido e cumpriu com determinação sua missão política." Pouca gente sabe, mas Setubal foi extremamente importante na vida empresarial de Lemann. Em 1983, o banqueiro ajudou o trio Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira a comprar o controle das Lojas Americanas.

NO TOPO
O ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso promove mais um debate do Fórum Nacional, nos dias 3, 4 e 5, no Rio, sobre as condições para o Brasil ser o melhor dos Brics. Confirmaram presença José Serra e Paulo Hartung, Celso Amorim (Relações Exteriores), Paulo Bernardo (Planejamento), Miguel Jorge (Desenvolvimento), Tarso Genro (Justiça), José Múcio (Relações Institucionais) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Luciano Coutinho (BNDES) também participa.


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