|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Indústria paulista avança, mas ainda está abaixo de 2008
Apesar da alta de 2% no mês passado, produção é 10% menor do que a de setembro, no início da crise
TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE
O nível de atividade da indústria paulista vem se recuperando, mas, no mês passado, ainda
estava 10% abaixo do registrado em setembro de 2008, quando houve o agravamento da crise econômica. Em dezembro,
porém, a queda havia sido mais
acentuada, chegando a 18%
nesse mesmo comparativo.
O levantamento da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo) e do Ciesp
(Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) aponta essa
melhora no indicador mensal.
Em julho, o nível de atividade
teve aumento de 2% ante o mês
anterior, com ajuste sazonal.
Nos dados sem ajuste, houve
acréscimo de 4%. No comparativo com julho do ano passado,
no entanto, o indicador apresentou queda de 9,4%.
"A indústria caiu de uma janela do quinto andar e está subindo pela escada. O ritmo de
subida está bom", afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos da entidade. O patamar alcançado antes do agravamento da crise deve voltar a
ser atingido no próximo ano,
disse Francini. Mas ele preferiu
não arriscar se isso acontecerá
já no primeiro semestre de
2010.
Para o fechamento de 2009, a
previsão da Fiesp é que a retração fique em torno de 7% no
confronto com o ano anterior.
No acumulado dos últimos 12
meses, a diminuição na produção já está próxima desse percentual (7,9%), porém, de janeiro a julho, chega a 12,8% -a
pior marca para os primeiros
sete meses do ano na série histórica que teve início em 2003.
Outro dado que mostra a recuperação industrial é o índice
de dispersão de crescimento.
Dos 17 setores analisados,
70,6% tiveram expansão no nível de atividade em julho ante o
mês anterior. O número é o
mesmo registrado em junho e
fica bem acima do contabilizado em maio (35,3%).
A utilização da capacidade
instalada, que mensura o uso
de máquinas e equipamentos
nas indústrias, ficou em 81,6%
em julho, um pouco acima do
registrado em junho (80,6%),
mas menor do que os 84% do
mesmo mês do ano passado.
Por setor, o de coque, refino
de petróleo, combustíveis nucleares e produção de álcool teve o maior índice (98,7%). O
pior desempenho (65,5%) foi o
de material eletrônico e equipamentos de comunicação.
O levantamento mostrou
ainda que o total de salários pagos em julho, já descontada a
inflação, teve alta de 2,3% ante
junho. No confronto com igual
período de 2008, houve queda
na mesma intensidade (2,3%).
Já as horas trabalhadas na
produção cresceram 1% e tiveram redução de 9,9% nesses
dois confrontos, respectivamente. As vendas reais da indústria subiram 3,1% no comparativo com junho e 1,9% ante
julho de 2008.
O indicador que aponta a
percepção dos empresários sobre as perspectivas da economia, medido pelo Sensor Fiesp,
teve piora na segunda quinzena
deste mês, caindo para 53,5
pontos (55,9 na primeira).
Texto Anterior: Dívida pública cresce após queda no aperto fiscal do governo Próximo Texto: Varejo: Vendas de supermercados crescem 6% Índice
|