São Paulo, sexta-feira, 28 de agosto de 2009

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Indústria paulista avança, mas ainda está abaixo de 2008

Apesar da alta de 2% no mês passado, produção é 10% menor do que a de setembro, no início da crise

TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE

O nível de atividade da indústria paulista vem se recuperando, mas, no mês passado, ainda estava 10% abaixo do registrado em setembro de 2008, quando houve o agravamento da crise econômica. Em dezembro, porém, a queda havia sido mais acentuada, chegando a 18% nesse mesmo comparativo.
O levantamento da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) aponta essa melhora no indicador mensal. Em julho, o nível de atividade teve aumento de 2% ante o mês anterior, com ajuste sazonal. Nos dados sem ajuste, houve acréscimo de 4%. No comparativo com julho do ano passado, no entanto, o indicador apresentou queda de 9,4%.
"A indústria caiu de uma janela do quinto andar e está subindo pela escada. O ritmo de subida está bom", afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade. O patamar alcançado antes do agravamento da crise deve voltar a ser atingido no próximo ano, disse Francini. Mas ele preferiu não arriscar se isso acontecerá já no primeiro semestre de 2010.
Para o fechamento de 2009, a previsão da Fiesp é que a retração fique em torno de 7% no confronto com o ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a diminuição na produção já está próxima desse percentual (7,9%), porém, de janeiro a julho, chega a 12,8% -a pior marca para os primeiros sete meses do ano na série histórica que teve início em 2003.
Outro dado que mostra a recuperação industrial é o índice de dispersão de crescimento. Dos 17 setores analisados, 70,6% tiveram expansão no nível de atividade em julho ante o mês anterior. O número é o mesmo registrado em junho e fica bem acima do contabilizado em maio (35,3%).
A utilização da capacidade instalada, que mensura o uso de máquinas e equipamentos nas indústrias, ficou em 81,6% em julho, um pouco acima do registrado em junho (80,6%), mas menor do que os 84% do mesmo mês do ano passado.
Por setor, o de coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e produção de álcool teve o maior índice (98,7%). O pior desempenho (65,5%) foi o de material eletrônico e equipamentos de comunicação.
O levantamento mostrou ainda que o total de salários pagos em julho, já descontada a inflação, teve alta de 2,3% ante junho. No confronto com igual período de 2008, houve queda na mesma intensidade (2,3%).
Já as horas trabalhadas na produção cresceram 1% e tiveram redução de 9,9% nesses dois confrontos, respectivamente. As vendas reais da indústria subiram 3,1% no comparativo com junho e 1,9% ante julho de 2008.
O indicador que aponta a percepção dos empresários sobre as perspectivas da economia, medido pelo Sensor Fiesp, teve piora na segunda quinzena deste mês, caindo para 53,5 pontos (55,9 na primeira).


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