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País reduz dependência de termelétricas
Maior oferta de projetos de geração de energia e queda da demanda transformam mercado de energia
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de ficar nas mãos das
termelétricas a gás natural, o
governo disse ontem que o país
finalmente poderá escolher
fontes mais baratas e ambientalmente menos nocivas para
suprir a demanda dos consumidores brasileiros.
A notícia terá efeitos positivos na conta de luz. Isso porque
o custo de geração térmica a gás
é maior do que o valor pago por
energia hidrelétrica. Em 2008,
a conta das termelétricas colocadas para funcionar para atender a demanda nova foi de R$
2,4 bilhões, custo que entrou
no cálculo das tarifas pagas pelos consumidores brasileiros.
A crise econômica e o inverno brasileiro mais chuvoso em
décadas criaram as condições
para a redução dos custos de
geração em 2009, o que se refletirá nos reajustes de 2010.
Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), não
há no país neste momento nenhuma térmica ligada fornecendo energia para o sistema
elétrico. Os reservatórios estão
cheios e o país está prestes a ingressar no período de chuvas.
Entusiasmado, o governo afirma que o "jogo virou".
"Antes a situação era pró-gerador, agora é pró-consumidor.
Ou as térmicas a gás se enquadram às necessidades do setor
elétrico ou infelizmente não
vamos mais usá-las tanto", disse Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de
Pesquisa Energética). A afirmação foi feita ontem após oitavo leilão de energia nova feito
para a contratação de fornecimento a partir de 2012.
Segundo Nelson Hubner,
presidente da Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica),
essa é a primeira vez desde que
o novo modelo de contratação
foi finalizado em 2004 em que a
situação é de absoluto conforto
para suprir a demanda.
"A crise financeira foi ruim
para o país, mas para a gente
acabou dando um refresco",
disse Hubner.
Leilão
No leilão de ontem houve a
contratação de 11 MW médios
com duas usinas. Os contratos
assinados praticamente cobrem toda a demanda de energia para 2012. Segundo a EPE,
as compras feitas pelas distribuidoras no leilão de ontem e a
oferta de mais entre 60 MW e
70 MW médios restantes dos
projetos do rio Madeira (Jirau e
Santo Antônio) cobrem 99,9%
da demanda de 2012.
O governo deve realizar até o
fim deste ano outro leilão de
energia nova cujo objetivo é a
contratação de energia que começará a ser fornecida em
2014. Nem a EPE tampouco a
Aneel sabem dizer qual será o
volume de energia que será demandado pelas distribuidoras.
A única certeza, afimam, é que
não haverá mais "desespero"
para acionar de última hora
qualquer fonte de energia disponível no país.
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