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RECEITA ORTODOXA
Dirigente do Banco Central descarta mudança na política do Copom, mesmo após elevação do superávit primário
Aperto fiscal não influencia o BC, diz Meirelles
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, defendeu ontem a atuação do Copom (Comitê
de Política Monetária do BC)
-que elevou os juros básicos de
16% para 16,25% há duas semanas. Meirelles também afirmou
que o aumento na meta de superávit primário não interferirá nas
decisões de política monetária.
Em evento de posse da nova diretoria ABBC (Associação Brasileira de Bancos), Meirelles disse
que a política fiscal "não é substitutiva da outra [a política monetária]". "São ambas da maior importância. Porém, com atuação,
com mecanismo de transmissão e
com defasagens diferentes."
A decisão do governo de elevar
a meta de superávit primário
(economia de receitas para pagamento de juros) de 4,25% do PIB
para 4,5% foi interpretada por
parte do mercado financeiro como uma forma de diminuir a necessidade de aumentar os juros
básicos nos próximos meses.
"Um dos motivos para a recessão de um país advém de uma demora em o BC reagir a uma pressão inflacionária. Isso faz com
que, em um momento posterior,
tenha de pisar no breque de forma
brusca, gerando recessão", disse
Meirelles, defendendo a última
decisão do Copom.
"Não se pode trabalhar com
uma mistura de instrumentos",
afirmou, insistindo em que cada
uma das políticas -fiscal e monetária- tem um papel específico. No âmbito da política fiscal, a
principal decisão foi a elevação do
superávit primário. No da monetária, o aumento dos juros.
Para o comandante do BC, a decisão do Copom não inviabiliza os
investimentos. Ele mandou um
recado aos empresários:
"O Brasil está crescendo a taxas
fortes neste ano e crescerá em
2005. Portanto, os empresários
que querem manter a fatia de
mercado, que querem manter a
porção da sua empresa, têm que
investir, porque o Brasil vai crescer, a demanda está crescendo."
Em seu discurso de posse, o novo presidente da ABBC, João Rabêllo, destacou a importância dos
bancos no atual processo de retomada econômica. "Somos [os
bancos] integrantes do sistema
produtivo do país, aliados e atores
na construção nacional, e estamos
prontos a participar do financiamento do novo ciclo de desenvolvimento do Brasil", disse Rabêllo.
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