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Preocupação com a cena política esfria e Bolsa sobe
Na semana, Bovespa está com valorização de 3,76%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Parece que o ruído político,
que tanto incomodou o mercado doméstico na semana passada, passou a segundo plano. A
Bovespa já subiu 3,76% nesta
semana. No pregão de ontem, a
alta da Bolsa foi de 0,80%.
A recuperação do mercado
norte-americano, que recebeu
ânimo novo nos últimos dias
devido a favoráveis dados referentes à economia do país, foi
fundamental para fazer a Bolsa
respirar por aqui.
O mercado de câmbio também entrou em rota de recuperação: depois de bater em R$
2,21 na sexta, o dólar terminou
as operações de ontem vendido
a R$ 2,187, em baixa de 0,27%.
A melhora do mercado acabou por atrair exportadores,
que ampliaram a venda de
moeda estrangeira. Tanto que o
fato de o BC ter voltado a comprar dólares das instituições financeiras não foi suficiente para frear a apreciação do real. Na
semana, o real já subiu 1,11%
diante do dólar.
Com a recuperação dos últimos dias, o Ibovespa -índice
que agrupa as 56 ações mais negociadas da Bolsa- quase zerou as perdas no mês, que estão
agora em apenas 0,35%.
A valorização de ações de
empresas que tem forte peso
no Ibovespa foi fundamental
para a melhora do mercado doméstico.
No pregão de ontem, a ação
preferencial "A" da Vale do Rio
Doce teve valorização de 3,01%,
seguida por Petrobras ON (alta
de 2,99%) e PN (+2,32%). Esses
três papéis representaram
mais de 25% das operações realizadas na Bolsa ontem.
O mercado acionário dos Estados Unidos se empolgou ontem com números que mostraram elevação acima do esperado nas vendas de casas novas
no país. Os dados abafaram os
temores de que a maior economia do mundo estava entrando
em um processo de desaquecimento indesejado.
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones alcançou nível
recorde, ao fechar com ganhos
de 0,17%. A Nasdaq -Bolsa eletrônica onde são negociadas
ações de companhias de alta
tecnologia- subiu 0,09%.
Se o petróleo não tivesse começado a subir nas operações
realizadas na tarde de ontem, o
mercado poderia ter tido um
resultado mais favorável.
Apesar de ter esfriado um
pouco nas discussões do mercado, o cenário político ainda
incomoda e deve voltar ao centro dos debates com a proximidade das eleições presidenciais
(que acontecem no próximo
domingo). Se não houver um
clima muito positivo no exterior, especialmente nos EUA, o
mercado doméstico pode perder ritmo hoje.
As tensões em torno do cenário político-eleitoral minaram
as chances de a Bovespa recuperar o capital externo que tem
perdido desde maio. Neste mês,
até o dia 25, o saldo do negócios
feitos pelos estrangeiros na
Bolsa estava negativo em R$
87,71 milhões.
A decisão do CMN (Conselho
Monetário Nacional) de liberar
aplicações de pessoas física e
jurídica em mercados de capitais no exterior não chegou a
ter impacto no mercado.
Luiz Roberto Monteiro, assessor para investimentos da
corretora Souza Barros, diz que
a medida não deve afetar o
mercado doméstico. "Na prática, não entendo que mude muita coisa", afirma. A medida
anunciada seria mais uma tentativa do governo de tentar
conter a apreciação do real.
Outra decisão do CMN, a redução da TJLP (Taxa de Juros
de Longo Prazo) para 6,85%,
repercutiu moderadamente no
mercado de juros. Na BM&F, o
contrato DI que vence daqui a
um ano fechou com taxa de
13,59%, contra 13,61% anuais
do pregão anterior.
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