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FGV eleva projeção do IGP-M para 5% no ano
Neste mês, índice de inflação chegou a 1,29%, o maior desde julho de 2004
Projeção anual anterior era de 4%; em 12 meses, alta dos preços já alcança 5,67% e produtos agropecuários seguem como "vilões"
DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE
A FGV (Fundação Getulio
Vargas) elevou a previsão do
IGP-M (Índice Geral de Preços
-Mercado) para o ano em 1 ponto percentual. A entidade estima que o índice, usado como
referência para reajuste de aluguéis, energia elétrica e outros
contratos privados de serviços,
feche o ano em torno de 5%.
Com a perspectiva, o coordenador de análise econômica da
FGV, Salomão Quadros, já cogita a possibilidade de retomada
da pressão de preços de itens
administráveis, como serviços
e tarifas, na inflação em 2008.
Em 12 meses, o IGP-M acumula alta de 5,67%. Segundo Quadros, o patamar alcançado até
setembro impede que a taxa no
ano fique nos 4% projetados
em julho.
No boletim Focus, divulgado
pelo Banco Central na última
segunda-feira, os analistas de
mercado ajustaram para cima a
previsão para o IGP-M, de
4,85% para 4,96% neste ano.
"Até o fim do primeiro semestre, dava a entender que o IGP-M ficaria abaixo da estimativa
de 4%, que foi mantida até julho. Com a taxa de 5,67% no
ano, essa previsão é impossível.
É possível que fique em 5% ou
um pouco abaixo", avaliou
Quadros. Segundo ele, há espaço para uma leve desaceleração
da taxa anual até dezembro,
com a exclusão da série de 12
meses do choque agrícola do final do ano passado.
Ontem, a FGV divulgou o resultado do IGP-M para setembro, com alta de 1,29%, ante
0,98% em agosto. O desempenho neste mês foi o maior desde julho de 2004, quando o
avanço foi de 1,31%. "Entre
2004 e agora, há elementos parecidos, mas não com a mesma
intensidade e alcance setorial,
que é muito menor hoje. Agora,
há pressão dos produtos agropecuários, ao contrário de
2004, quando atingiu também
a siderurgia", explicou.
Os produtos agrícolas puxaram a expansão do IGP-M neste mês. Os preços das matérias-primas brutas -componente
do IPA (Índice de Preços por
Atacado)- foram os que mais
subiram, com alta de 5,85%
neste mês, ante 4,26% em agosto. A soja em grão saltou de
3,50% para 11,89% e o milho, de
6,34% para 17,17%. No conjunto do IPA, a inflação foi de
1,83%, contra 1,31% em agosto.
O INCC (Índice Nacional de
Custo da Construção), por sua
vez, subiu 0,39% em setembro,
acima dos 0,35% de agosto.
O IPC (Índice de Preços ao
Consumidor) desacelerou para
0,21% neste mês, ante 0,39%
no mês anterior. Os destaques
ficaram por conta do grupo alimentação, que despencou de
1,24% para 0,11%, e de laticínios, com recuo de 6,95% para
1,44% -vilões no mês passado.
Para outubro, Quadros prevê
inflação para o IGP-M inferior
aos 1,29% deste mês. "Se vai ficar abaixo do 0,98% de agosto,
não se sabe, mas é possível",
avaliou. O pão francês deve ser
o principal produto com repasse de preço ao consumidor no
próximo mês, dado o avanço da
farinha e do trigo no atacado,
revertendo parcialmente a desaceleração em alimentos verificada em setembro.
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