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São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2003

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BANCOS

Nos nove primeiros meses deste ano, instituição teve ganho de R$ 1,591 bi

Lucro do Bradesco aumenta 20%

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Bradesco acumulou um lucro líquido de R$ 1,591 bilhão nos nove primeiros meses do ano. Esse resultado é 20,1% superior ao de igual período do ano passado. O Bradesco é o maior banco privado do país e o primeiro entre as principais instituições a anunciar os resultados do terceiro trimestre.
No terceiro trimestre de 2003, o lucro do banco chegou a R$ 564 milhões, um aumento de 34,3% sobre o desempenho do mesmo trimestre de 2002 -quando obtivera lucro de R$ 420 milhões.
Foram três os fatores determinantes para o lucro do banco. Primeiro, o crescimento de 20,2% nas receitas de serviços -passaram de R$ 2,721 bilhões para R$ 3,272 bilhões no acumulado nos primeiros nove meses deste ano.
Em seguida, os lucros decorrentes com a segmentação (receitas originárias de seguros e previdência). As receitas com planos de previdência passaram de R$ 2,567 bilhões para R$ 3,775 bilhões -mais 47,1%, sempre comparados os nove primeiros meses de 2003 ante igual período de 2002. De sua parte, as receitas de prêmios e contribuições de seguros somaram R$ 4,181 bilhões, de janeiro a setembro -14,7% a mais que no mesmo período de 2002.
Na opinião do analista Guilherme Castilho, da ABM Consulting, outro fator decisivo para ""manter elevado" o lucro do banco foram as menores despesas de intermediação financeira. Isso porque, nos três primeiros trimestres deste ano, despencaram 28,6% as receitas de intermediação financeira (de R$ 28 bilhões para R$ 20 bilhões). No entanto, as despesas com esse tipo de operação no mesmo intervalo recuaram 42%.
Os dados do terceiro trimestre confirmam uma tendência de expansão da participação de venda de seguros, planos de previdência e títulos de capitalização no resultado financeiro do banco. De acordo com o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, dos R$ 564 milhões de lucro no terceiro trimestre, 68% decorrem de operações de intermediação financeira (cerca de R$ 384 milhões). Seguros, previdência e capitalização contribuíram com 28,5% -no segundo semestre, por exemplo, a participação era de 25%.
O resultado do Bradesco também refletiu a fraca demanda por crédito no mercado interno. A carteira de crédito do banco, no final de setembro, somava R$ 52,779 bilhões. Deste valor, R$ 4,2 bilhões se referem à carteira que pertencia ao BBV (adquirido no Brasil) e que foram incorporados à do Bradesco. Assim, a carteira "original" do Bradesco ficaria em R$ 48,5 bilhões, queda de 9,5% sobre os R$ 53,9 bilhões dos nos primeiros nove meses de 2002.
"Esperamos um aquecimento nos próximos meses para fecharmos o ano com alta de pelo menos 5% na carteira de crédito em relação a 2002. Mesmo assim, é muito pouco", disse Cypriano.
Segundo o executivo, à queda da demanda por crédito, somou-se ainda o impacto da variação negativa do dólar, de 17,3%, no acumulado de janeiro a setembro. Do total de operações de crédito e arrendamento mercantil do Bradesco, 24% são denominados em dólares ou atrelados ao câmbio -quando o dólar cai, os ingressos em reais originários dessas operações também recuam.


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