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BANCOS
Nos nove primeiros meses deste ano, instituição teve ganho de R$ 1,591 bi
Lucro do Bradesco aumenta 20%
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco acumulou um lucro
líquido de R$ 1,591 bilhão nos nove primeiros meses do ano. Esse
resultado é 20,1% superior ao de
igual período do ano passado. O
Bradesco é o maior banco privado
do país e o primeiro entre as principais instituições a anunciar os
resultados do terceiro trimestre.
No terceiro trimestre de 2003, o
lucro do banco chegou a R$ 564
milhões, um aumento de 34,3%
sobre o desempenho do mesmo
trimestre de 2002 -quando obtivera lucro de R$ 420 milhões.
Foram três os fatores determinantes para o lucro do banco. Primeiro, o crescimento de 20,2%
nas receitas de serviços -passaram de R$ 2,721 bilhões para R$
3,272 bilhões no acumulado nos
primeiros nove meses deste ano.
Em seguida, os lucros decorrentes com a segmentação (receitas
originárias de seguros e previdência). As receitas com planos de
previdência passaram de R$ 2,567
bilhões para R$ 3,775 bilhões
-mais 47,1%, sempre comparados os nove primeiros meses de
2003 ante igual período de 2002.
De sua parte, as receitas de prêmios e contribuições de seguros
somaram R$ 4,181 bilhões, de janeiro a setembro -14,7% a mais
que no mesmo período de 2002.
Na opinião do analista Guilherme Castilho, da ABM Consulting,
outro fator decisivo para ""manter
elevado" o lucro do banco foram
as menores despesas de intermediação financeira. Isso porque,
nos três primeiros trimestres deste ano, despencaram 28,6% as receitas de intermediação financeira (de R$ 28 bilhões para R$ 20 bilhões). No entanto, as despesas
com esse tipo de operação no
mesmo intervalo recuaram 42%.
Os dados do terceiro trimestre
confirmam uma tendência de expansão da participação de venda
de seguros, planos de previdência
e títulos de capitalização no resultado financeiro do banco. De
acordo com o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, dos R$
564 milhões de lucro no terceiro
trimestre, 68% decorrem de operações de intermediação financeira (cerca de R$ 384 milhões). Seguros, previdência e capitalização
contribuíram com 28,5% -no
segundo semestre, por exemplo, a
participação era de 25%.
O resultado do Bradesco também refletiu a fraca demanda por
crédito no mercado interno. A
carteira de crédito do banco, no final de setembro, somava R$
52,779 bilhões. Deste valor, R$ 4,2
bilhões se referem à carteira que
pertencia ao BBV (adquirido no
Brasil) e que foram incorporados
à do Bradesco. Assim, a carteira
"original" do Bradesco ficaria em
R$ 48,5 bilhões, queda de 9,5% sobre os R$ 53,9 bilhões dos nos primeiros nove meses de 2002.
"Esperamos um aquecimento
nos próximos meses para fecharmos o ano com alta de pelo menos
5% na carteira de crédito em relação a 2002. Mesmo assim, é muito
pouco", disse Cypriano.
Segundo o executivo, à queda
da demanda por crédito, somou-se ainda o impacto da variação
negativa do dólar, de 17,3%, no
acumulado de janeiro a setembro.
Do total de operações de crédito e
arrendamento mercantil do Bradesco, 24% são denominados em
dólares ou atrelados ao câmbio
-quando o dólar cai, os ingressos em reais originários dessas
operações também recuam.
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