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São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2003

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PROMESSA

Brasil não liberou recursos

Venezuela não recebe crédito de US$ 1 bilhão

ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até hoje não foi liberado nenhum tostão da linha de crédito de US$ 1 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para projetos na Venezuela, anunciada há quase dois meses, em Caracas, pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez.
Na época, a decisão de divulgar ou não a linha de crédito durante a viagem de Lula à Venezuela causou constrangimentos tanto diplomáticos como empresariais. Isso porque o anúncio havia sido cancelado na véspera da visita, em 26 de agosto, mas acabou sendo feito para agradar aos cerca de 400 empresários brasileiros que integravam a comitiva.
Não havia, porém, nenhuma garantia de que o anúncio formal corresponderia a liberações na prática, como agora já está evidente. A expectativa é que o dinheiro só comece a sair, se realmente vier a sair, a partir de fevereiro do próximo ano.
A justificativa extra-oficial para o cancelamento do anúncio da linha de crédito, ainda em Caracas, foi a de que a Venezuela apresentava as reservas de petróleo do país como garantia. O Brasil recusou essas garantias.
Agora, o BNDES informa que não houve liberações simplesmente pelo fato de não ter havido solicitações das empresas privadas interessadas. Os dois pedidos apresentados foram da Construtora Norberto Odebrecht, ambos na área de exportação de serviços de engenharia, no total de US$ 400 milhões. Um deles foi para um projeto de irrigação na região de El Dilúvio Palmar e o outro, para a fase 3 do metrô de Caracas.
Segundo a assessoria de comunicação do BNDES, os dois projetos foram considerados "de acordo com as normas do banco", mas ainda dependem de outras análises técnicas para prosseguir até chegar ao nível de decisão da diretoria.
Há, ainda, a previsão não concretizada de apresentação de projetos para ampliação da ponte sobre o rio Orinoco, que facilita o acesso da Venezuela à região Norte do Brasil.
A ponte, que também é um projeto da Odebrecht, é considerada tão estratégica para o governo brasileiro que já foi visitada tanto pelo presidente Lula como por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.


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