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PROMESSA
Brasil não liberou recursos
Venezuela não recebe crédito de US$ 1 bilhão
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Até hoje não foi liberado nenhum tostão da linha de crédito
de US$ 1 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) para projetos na Venezuela, anunciada há
quase dois meses, em Caracas, pelos presidentes Luiz Inácio Lula
da Silva e Hugo Chávez.
Na época, a decisão de divulgar
ou não a linha de crédito durante
a viagem de Lula à Venezuela causou constrangimentos tanto diplomáticos como empresariais.
Isso porque o anúncio havia sido
cancelado na véspera da visita, em
26 de agosto, mas acabou sendo
feito para agradar aos cerca de 400
empresários brasileiros que integravam a comitiva.
Não havia, porém, nenhuma
garantia de que o anúncio formal
corresponderia a liberações na
prática, como agora já está evidente. A expectativa é que o dinheiro só comece a sair, se realmente vier a sair, a partir de fevereiro do próximo ano.
A justificativa extra-oficial para
o cancelamento do anúncio da linha de crédito, ainda em Caracas,
foi a de que a Venezuela apresentava as reservas de petróleo do
país como garantia. O Brasil recusou essas garantias.
Agora, o BNDES informa que
não houve liberações simplesmente pelo fato de não ter havido
solicitações das empresas privadas interessadas. Os dois pedidos
apresentados foram da Construtora Norberto Odebrecht, ambos
na área de exportação de serviços
de engenharia, no total de US$
400 milhões. Um deles foi para
um projeto de irrigação na região
de El Dilúvio Palmar e o outro,
para a fase 3 do metrô de Caracas.
Segundo a assessoria de comunicação do BNDES, os dois projetos foram considerados "de acordo com as normas do banco",
mas ainda dependem de outras
análises técnicas para prosseguir
até chegar ao nível de decisão da
diretoria.
Há, ainda, a previsão não concretizada de apresentação de projetos para ampliação da ponte sobre o rio Orinoco, que facilita o
acesso da Venezuela à região Norte do Brasil.
A ponte, que também é um projeto da Odebrecht, é considerada
tão estratégica para o governo
brasileiro que já foi visitada tanto
pelo presidente Lula como por
seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.
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